quarta-feira, 29 de julho de 2009

Crise Financeira: o começo da reação do setor siderúrgico em Açailândia

Crise Financeira: o começo da reação do setor siderúrgico em Açailândia
Sindicatos firmam acordo que criam novas vagas no setor de ferro-gusa no Maranhão


Raquel Araújo/ Sifema
Açailândia - As siderúrgicas de ferro gusa maranhenses, principal setor industrial do estado a ser atingido pela crise econômica mundial, reuniram-se, na manhã desta quarta-feira, com representante do Sindicato dos Metalúrgicos de Açailândia para propor uma solução intermediária para voltarem a gerar empregos na região. O presidente do Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Estado do Maranhão, Cláudio Azevedo, acordou com os trabalhadores o aumento no número de turnos e extinção temporária das horas extras, nas empresas que permanecem funcionando: Viena, Pindaré e Gusa Nordeste.

Pelo novo sistema, a partir do dia 1° de agosto, os atuais três turnos de oito horas corridas serão transformados em seis turnos de seis horas. “Com essa medida, criamos, imediatamente, mais de 200 vagas de trabalho nas usinas, com a possibilidade de estender esse número a partir do mês de outubro, quando devem voltar a operar as outras empresas que suspenderam suas atividades, a Cosima e a Fergumar”, explica Cláudio Azevedo.

Antes da crise mundial, até julho do ano passado, as siderúrgicas empregavam, em Açailândia, Santa Inês e Bacabeira, mais de 2 mil pessoas diretamente. Com o agravamento da crise, as empresas perderam contratos já firmados, e não conseguiram novos clientes, já que quase 100% de sua produção tem como destino o mercado internacional, especialmente os Estados Unidos. Sem outra alternativa, as empresas paralisaram as atividades ou reduziram em até 60% a capacidade de produção, e foram obrigadas a efetuar centenas de demissões.

Em Açailândia, onde a economia da região girava em torno da atividade siderúrgica, houve o chamado “efeito cascata”. Empresas e profissionais com atividades que dependiam da produção das usinas foram obrigadas a demitirem. O comércio perdeu consumidores, e, consequentemente, também demitiu.

“A crise ainda não acabou, mas a economia mundial começa a dar sinais de recuperação. E as empresas tomaram logo a iniciativa de readmitir os trabalhadores, pois o maior patrimônio das indústrias é a sua mão-de-obra especializada. Não podemos correr o risco de esses trabalhadores, que foram treinados pelas próprias empresas, deixarem o estado em busca de novas oportunidades. Queremos manter os trabalhadores maranhenses na sua região”, garante o presidente do Sifema.

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