domingo, 30 de agosto de 2009

PMs são denunciados ao Ministério Público por espancamento

PMs são denunciados ao Ministério Público por espancamento
Antonio Joaquim Alves da Silva, também conhecido por Neto ou Pangaré, foi algemado e brutalmente espancado após ter sido confundido com assaltante

Na presença de uma representante do Ministério Público Estadual (MPE), a promotora de Justiça Raquel Chaves Duarte Sales, Edilson Alves da Silva denunciou que o seu irmão, Antonio Joaquim Alves da Silva, foi brutalmente espancado por três policiais militares, sendo dois homens e uma mulher.
O fato aconteceu no início da tarde da última quinta-feira (27), em uma estrada vicinal que liga a zona rural ao município de Ribamar Fiquene, distante 60 quilômetros de Imperatriz.

De acordo com a denúncia, os policiais, cujos nomes não foram informados, renderam Antonio Joaquim Alves da Silva, o retiraram da cabine do caminhão com qual ia buscar um carregamento de melancia, o algemaram e passaram a espancá-lo com chutes e pontapés.
Em função das agressões, Antonio Joaquim sofreu hemorragia interna e lesões no fígado, rins e baço. Ele teve de ser submetido a uma cirurgia e se encontra internado no Hospital Municipal de Imperatriz. Por pouco ele não perdeu o baço.

Ontem, conforme informações de Edilson Alves da Silva, o estado de saúde de Antonio Joaquim era estável.

Além da denúncia feita ao Ministério Público, Edilson Alves da Silva registrou ocorrência no Plantão Central da 10ª Delegacia Regional de Imperatriz, onde será aberto inquérito para apurar o caso.

O Tenente Coronel Aldimar Zanoni já tomou conhecimento do caso e disse que uma sindicância será aberta e, caso seja comprovada a denúncia, os responsáveis serão responsabilizados. Os nomes dos policiais estão sendo mantidos em sigilo.
Injustificável - Na última quinta-feira (27), uma carga de mercadorias que havia sido tomada de assalto na BR-226 foi encontrada nas proximidades do local onde os policiais abordaram Antonio Joaquim. Os policiais estavam retornando do local onde a carga foi encontrada e avistaram o caminhão em que se encontravam Antonio Joaquim e o motorista, cujo nome não foi declinado, que também foi algemado, mas não chegou a ser espancado.
Os policiais pensaram que o caminhão estava indo buscar a carga roubada e que os dois homens faziam parte do bando ou que eram receptadores. Mesmo com Antonio Joaquim dizendo que tinha ido buscar uma carga de melancia em uma roça próxima, os policiais não acreditaram.

As agressões só cessaram depois que o secretário de Agricultura do município de Ribamar Fiquene, que tinha vendido a carga de melancia para o comerciante imperatrizense conhecido por Paulista, chegou ao local já preocupado porque o caminhão estava demorando e havia passado do horário marcado.

O secretário confirmou que o caminhão estava indo buscar as melancias e que Antonio Joaquim, o qual ele chamou de Pangaré, é funcionário do comerciante de frutas Paulista, que trabalha no Setor Mercadinho.

Mediante a confirmação, os policiais retiraram as algemas de Antonio Joaquim e o motorista e depois foram embora. Mesmo que se Antonio Joaquim e seu companheiro fossem assaltantes ou receptadores, as agressões não teriam justificativa.

Passou mal - Mesmo tendo sido brutalmente espancado, Antonio Joaquim ainda foi para a roça e, quando estava carregando o caminhão com as melancias, sentiu-se mal e desmaiou. O secretário o colocou em sua caminhonete e o trouxe diretamente para o Hospital Municipal de Imperatriz (HMI), o Socorrão, onde foi internado e submetido a uma cirurgia.
O Progresso.

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