segunda-feira, 18 de abril de 2011

Em São Luís, menores bebem chá com pilha para conter abstinência de crack

Marcelo Remígio
Extra

Do crack ao oxi. Em São Luís, a droga que tomou conta dos estados da Região Norte faz vítimas entre os menores da capital do Maranhão. Não é difícil encontrar na periferia da cidade crianças com 12 anos consumindo o produto, intercalado com crack, merla e cocaína. Quando não há oxi, os dependentes recorrem a chás feitos com pilha alcalina e chapas de raio-x cortadas em pedaços pequenos, consumidos para conter crises de abstinência. Os usuários ainda inalam gás de cozinha e cheiram gasolina.

Há seis anos estudando a evolução das drogas entre crianças e jovens de São Luís, a pesquisadora Selma Marques, da Universidade Federal do Maranhão, faz um alerta:

— Antes, o consumo era de maconha e cocaína, éramos felizes e não sabíamos. Por ser de fácil acesso e barato, o crack e o oxi ganharam espaço. São consumidores de famílias vulneráveis e alguns com pais dependentes.

Pesquisa feita por Selma com 125 jovens relata que o consumo está relacionado a roubos ou furtos. E, segundo Selma, em São Luís não há unidades públicas que reúnam tratamento psicológico e acompanhamento médico.

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