terça-feira, 29 de novembro de 2011

“Eleitor tem direito de votar em candidato desonesto”, diz senador

Eleito senador em 2002, João Capiberibe foi cassado em 2004 pela Justiça por conta de uma controversa acusação de compra de votos. Em 2010, ele voltou a disputar uma vaga no Senado pelo Amapá, foi eleito, mas não tomou posse por conta da lei da Ficha Limpa. Neste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) alterou o entendimento da lei (considerou que ela não poderia retroagir) e Capiberibe conseguiu reaver o mandato. Nesta terça-feira (29), ele toma posse para ficar no Congresso até 2018.

Em entrevista ao site Congresso em Foco, Capiberibe fez uma leitura pouco comum da lei da Ficha Limpa. Segundo ele, a legislação é inconstitucional e surgiu para conter o clamor da sociedade por justiça, existente graças à lentidão dos tribunais e à impunidade. Capiberibe foi além e defendeu inclusive o direito dos eleitores de escolher candidatos desonestos para representá-los.

“A ficha limpa é o clamor da sociedade. A sociedade quer justiça, mas a justiça é lenta, muita das vezes não acontece, não julga. Então, vão-se criando novas leis que tampouco são aplicadas. No caso da ficha limpa, é uma lei que, na minha opinião, contraria alguns princípios constitucionais. (…) Nós estamos complicando o processo político na medida da judicialização do processo, e eu acho que isso contraria o fundamento básico da democracia, que é o direito de o cidadão escolher. Se ele quer escolher um sujeito decente, um representante correto, ele vai escolher. Se ele quer escolher um desonesto, ele tem o direito a isso – a sociedade é feita de pessoas decentes e de pessoas desonestas.”

Na mesma entrevista, Capiberibe atribuiu as acusações contra ele ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), “figura principal” na iniciativa contra ele e seu “real adversário”.

Foto: Elza Fiúza/ABr

José Antonio Lima

Um comentário:

Anônimo disse...

Corrupçao esta impregnado no povo brasileiro, nao há sentimento de patriotismo dos que exercem cargo público, se os que podem barrar um mal politico nao fazem, pelo contrario até levam vantagem sobre isso. pra onde recorrer pra onde apelar,....