Editoria de Impeachment (ou o tiro saiu pela culatra)
Quando a gente pensa que já viu de tudo no Maranhão eis que surge um tal “Coletivo de Advogados em Direitos Humanos” (Cadhu), para protagonizar uma das maiores idiotices da história política recente do Maranhão.
Não, o Blog do Robert Lobato não se refere ao pedido de impeachmentde per si, já que pedidos de afastamento de governantes/gestores é um direito que a cidadania pode exercer sempre que achar que há motivos para tal.
O que há dantesco nesse pedido de impeachment da governadora Roseana Sarney é que, ainda que houvesse todas as razões do mundo para arrancar a mandatária do poder executivo maranhense do cargo, a cidadania nativa não precisaria “importar” de maneira vergonhosa uma peça jurídica bisonha para fundamentar o pedido de seu afastamento.
E de despertar aquela famosa “vergonha alheia” o fato de nenhum dos ilustres constitucionalistas maranhenses, alguns até ativos militantes do campo das oposições, ter a devida coragem para assinar o pedido de impeachment da governadora.
E na ausência, seja lá por quais razões, de um constitucionalista maranhense macho para cumprir a missão, coube partir para a criação dois atos completamente idiotas: (1º) constituir o tal ”Coletivo de Advogados em Direitos Humanos”; e (2º) criar a “Editoria de Impeachment” nos dois dos principais jornalões do país, a Folha de São Paulo e o Estadão.
‘Pai” e ‘mãe” do PIG
Em relação ao até então clandestino coletivo de advogados, foi necessário usar o advogado maranhense e militante dos direitos humanos Nonato Masson para dar um verniz de seriedade à safadeza – Masson poderia ter usado da inteligência que possui para perceber que queriam tão somente usá-lo como blindagem no sentido de legitimar algo de tamanha cretinice. Vacilou, amigo.
Já no tocante à criação da Editoria de Impeachment pela Folha de SP e pelo Estadão (considerados pela imprensa progressista do país a “mãe” e o “pai” do PIG, respectivamente) não chega ser surpreendente pela relação histórica que os dois jornalões sulistas têm com derrubadas de governos eleitos democraticamente.
Não surpreende, mas assusta, já que até agora o casal de jornalões só tinha interesse em derrubar presidentes da República. Ameaças contra governos nos estados é algo “inovador” dos dois pombinhos do PIG – que outros governadores fiquem atentos…
O fato é que esse desastrado pedido de impeachment da governadora Roseana elaborado nos porões do Estadão e da Folha de São Paulo, cujo um dos signatários é funcionário dos dois veículos de comunicação, desmoralizou não somente o próprio pedido impeachment, mas a oposição maranhense liderada pelo presidente da Embratur, o comunista Flávio Dino.
Poderia até não ser muito original, mas com certeza seria mais digno se a oposição dinista tivesse articulado alguma entidade dos movimentos sociais ou até mesmo os partidos da oposição para subscrever o pedido de impeachment de Roseana Sarney. Até Othelino Neto, com toda folha corrida que term pelas costas, teria mais legitimidade para subscrevê-lo do que o senhor Rubens Eduardo Glezer, o alienígena.
Enfim, a coisa é tão escandalosamente ridícula que ao principal jornal impresso de oposição no estado foi providenciada outra manchete de capa para a edição desta quarta-feira, 15.
Fosse sério o pedido de impeachment protocolado ontem na Assembleia Legislativa a machete seria: IMPEACHMENT: GOVERNADORA ROSEANA SARNEY PODE PERDER O MANDATO. Assim mesmo, em letras garrafais!
Mas preferiram manchetear outro factoide.
O tiro saiu pela culatra.
Fonte e texto copiado na íntegra do endereço: http://robertlobato.com.br/editoria-de-impeachment-ou-o-tiro-saiu-pela-culatra/
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