terça-feira, 15 de março de 2016

ELEIÇÕES 2016: Campo fértil para o surgimento de um falso Messias

Por Ricardo Noblat


Quase dois anos antes da eleição pelo voto popular do primeiro presidente da República depois de 21 anos de ditadura militar, a economia brasileira ia muito mal, com a inflação na casa dos 80% ao mês, e a corrupção se tornara marca indelével do governo do então presidente José Sarney (PMDB-MA).
Foi quando escrevi no Jornal do Brasil em 2/1/1988: “O espaço político e social do país vai ficando cada vez mais fértil para o surgimento de um falso Messias que prometa virar tudo pelo avesso”.
Três anos antes (19/11/1985), no mesmo jornal, escrevera: “Só resta agora uma alternativa ao presidente Sarney e ao seu partido, o PMDB: mudarem antes que o povo, nas próximas eleições, mude com eles”.
Tudo indica que o povo, nas eleições de 2018, varrerá o PT do poder se até lá o Congresso não tiver varrido o PT e Dilma, abrindo espaço para a ascensão de Michel Temer(PMDB) e do seu governo de união nacional.
O risco maior é o da eleição de um falso Messias daqui a dois anos. A eleição de 1989 produziu dois falsos messias que eram contra “tudo aquilo que aí está”: Fernando Collor, pela direita, e Lula, pela esquerda.
Deu Collor. E deu mais tarde no que se sabe. Deu, também, no que parecia inimaginável: a atual aliança entre Lula, Collor e Dilma que passou pela roubalheira na Petrobras. Tristes tempos.
Dispensa pesquisas a sensação de que a maioria dos brasileiros está disposta a eleger presidente quem a convença de que mudará tudo o que aí está. Que acabará com a corrupção e consertará a economia.
Nada de político profissional. Ninguém identificado com os atuais partidos ou com os mais fortes entre eles. Uma cara nova que inspire confiança, sem manchas em sua biografia. Jovem ou idoso, não importa.
É a receita para o salto no escuro. Para a entrada em cena de aventureiros espertos. E para o eventual triunfo de um deles.

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