Depois de três semanas de suspense, não teve TACO ("Trump Always chichens out", ou "Trump sempre recua"): o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou a ordem executiva que determina o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros. A taxação começa em 7 dias, mas com 700 exceções, entre elas aviação, alguns alimentos e itens de energia. Na fundamentação da medida, o governo americano citou a defesa da "liberdade de expressão" e a tentativa de interferir no processo contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado. Leia a íntegra do decreto Analisando as medidas e anúncios de hoje, o jornalista Reinaldo Azevedo afirma que constituem "o mais grave atentado da história à soberania" do Brasil —e um ataque apoiado pelo que chamou de uma "canalha local". Mas ele ressalta que, no caso das taxações, a montanha deu à luz um rato. Uma prova disso? O colunista Graciliano Rocha relata que o fato de a Embraer ter escapado do tarifaço fez as ações da companhia dispararem na Bolsa. Na mesma linha, Leonardo Sakamoto analisa que o pacote "meia-bomba" de Trump pode servir de combustível para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva —poupando setores importantes e criando condições para uma baixa, ainda que momentânea, dos preços no Brasil. Antes do anúncio de Trump, o New York Times divulgou uma entrevista em que Lula, segundo o colunista Josias de Souza, refreou a língua e não falou demais. Lula disse tratar os EUA com "respeito", mas sem "subserviência", e garantiu que tentou negociar com Trump, mas não obteve reciprocidade. Depois do anúncio, Lula prometeu defender a soberania do povo brasileiro. Sanções a MoraesHoras antes nesta quarta-feira, os EUA impuseram ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, as sanções previstas na Lei Magnitsky. Os americanos acusam o brasileiro de usar o cargo para "autorizar prisões preventivas arbitrárias e suprimir a liberdade de expressão". O caso de Bolsonaro, cujo processo Moraes relata no Supremo, é citado pelas autoridades americanas. O que é a Lei Magnitsky? A colunista Letícia Casado informa que o Planalto e o Supremo Tribunal Federal estudam medidas contra a punição a Moraes . O apelo a tribunais internacionais está entre as opções. Finalmente, Josias de Souza resume: ao centrar fogo nas sanções políticas a Moraes e atenuar as sanções econômicas a Lula, Trump pode ter dado fôlego ao presidente e colado nos Bolsonaros o selo de traidores da pátria -sem mudar em um milímetro a situação judicial de Jair. Reinaldo Azevedo: Casa Branca não exclui nem ação militar contra o país; canalha daqui apoia Graciliano Rocha: Embraer escapa de tarifaço nos EUA, e ações disparam na B3 Leonardo Sakamoto: Trump serve café e bife para a reeleição de Lula com tarifaço 'meia-bomba' Leonardo Sakamoto: Sanções a Moraes reforçam a razão de os Estados Unidos detestarem o Pix Josias de Souza: Às vésperas do tiro de Trump, Lula ajusta calibre do discurso Josias de Souza: Trump pisca na economia, ajuda Lula na política e fere Bolsonaro Mariana Sanches: EUA acionam Lei Magnitsky e impõem sanções contra Alexandre de Moraes Mariana Sanches: Sem solução para tarifaço, senador nos EUA alerta: 'Há crise pior por vir' Mariana Sanches: Em dia de crise com os EUA, chanceler do Brasil se encontra com Marco Rubio Letícia Casado: Governo e STF estudam reação a sanção dos EUA contra Moraes Letícia Casado: Sanção a Moraes imposta pelos EUA já puniu China por genocídio e tortura Thais Bilenky: Paulo Figueiredo antecipou 'presente dos EUA' na véspera de sanção a Moraes |
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