O ex-presidente Jair Bolsonaro participou ontem, por telefone, dos atos promovidos por apoiadores em algumas capitais do país. Medidas cautelares impostas pelo STF impedem Bolsonaro de sair de casa aos fins de semana e também o proíbem de usar redes sociais próprias e de terceiros. Mas um vídeo do ex-presidente falando aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, foi publicado no perfil do senador Flávio Bolsonaro e a publicação pode representar violação da medida cautelar. O áudio do telefonema feito a Bolsonaro por Flávio foi conectado no sistema de alto-falantes em Copacabana e o momento foi registrado em vídeo e publicado no perfil de Flávio. O ex-presidente aparece com o celular na mão e com a tornozeleira eletrônica que é obrigado a usar em destaque. Mais tarde, o senador decidiu apagar o post por orientação de seus advogados. Na manifestação realizada na avenida Paulista, em São Paulo, o deputado Nikolas Ferreira mostrou no celular uma videochamada com Bolsonaro, mas não se ouviu o áudio: "Não pode falar, mas pode ver", disse o deputado ao público. Leia mais. Ato pró-Bolsonaro em SP reuniu 37 mil pessoas e exaltou os EUA. O ato em defesa do ex-presidente e com ataques ao ministro do STF Alexandre de Moraes e ao presidente Lula foi maior que o anterior em termos de público, em 29 de junho seus apoiadores reuniram 12,4 mil pessoas. Mas foi ainda menor que o penúltimo, realizado em 7 de abril, com 44,9 mil. Os atos foram impulsionados pelas medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pressionar o STF a livrar o ex-presidente no julgamento da tentativa de golpe. Manifestantes demonstraram apoio a Trump empunhando bandeiras dos EUA e faixas de apoio a ele e a seus assessores. O governador Tarcísio de Freitas não participou do ato porque passou por um procedimento médico. No carro de som, o prefeito Ricardo Nunes, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o pastor Silas Malafaia e o deputado Nikolas Ferreira estiveram entre os destaques. Veja como foi. Datafolha: maioria dos eleitores diz não votar em candidato que promete livrar Bolsonaro. Levantamento do Instituto Datafolha divulgado ontem mostrou que 61% dos brasileiros não votariam em um candidato que prometesse livrar de qualquer pena ou punição Jair Bolsonaro, seus aliados acusados de tramar contra a democracia e os condenados pelo 8 de Janeiro. Outros 19% afirmaram que votariam com certeza em um nome com essa agenda, e 14% responderam que talvez o fizessem. Já 6% não souberam responder. Presidentes da República podem conceder indulto a presos, mas a jurisprudência estabelecida no Supremo Tribunal Federal indica que isso não vale para crimes contra a democracia e o Estado de Direito. Nomes da direita em destaque nos estados, como Tarcísio de Freitas (em SP) e Romeu Zema (em MG) enfrentam uma saia justa diante das medidas anunciadas pelos EUA para pressionar o governo a acabar com o processo contra o ex-presidente. Se por um lado eles apoiam Bolsonaro, os números mostram que a população não aprova medidas que prejudiquem o país. Leia mais. Lula diz que eventual conversa com Trump exige cautela. O presidente Lula voltou a falar ontem sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros - que entra em vigor nesta quinta-feira - e disse que o país ainda vai negociar bastante, vai manter a paz e lutar pela soberania sem demonstrar "medo". Mas que será preciso "cautela" porque há um "limite de briga" na disputa comercial e política com o presidente dos Estados Unidos. Lula também voltou a dizer que está "tranquilo" em relação ao ponto de vista econômico, mas reconheceu o problema na esfera diplomática. "Não somos uma republiqueta. Tentar colocar um assunto político para nos taxar economicamente é inaceitável", disse. O presidente disse também que o embaixador Mauro Vieira e o vice-presidente Geraldo Alckmin já colocaram propostas na mesa de negociação com os americanos. Veja o vídeo. |
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