quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Pacote da Paz com lápide escrita por Flávio Bolsonaro

 

Colunista

Arte: Marcelo Chello


Josette Goulart - TixaNews

Eis que hoje surge uma proposta para a pacificação completa do país. A lápide do pacote da paz que vai ocupar o cemitério institucional foi escrita por Flavitcho Bolsonaro, o zero um: anistia ampla, geral e irrestrita + impeachment de Xandão. (E pensar que até outro dia ele defendia anistia até para o próprio Xandão.)

Pois é, BRASEW, se o que falta para a paz é aprovar esse pacotinho Bolsonaro, é melhor todo mundo se preparar para a guerra. A começar pelo fato de que essa anistia não tem esse apoio todo do povo brasileiro, como os Bolsonaros querem fazer crer. É só ver a quantidade de gente nas ruas nas manifestações. Além disso, as pesquisas mostram que a maioria dos brasileiros não quer Bolsonaro candidato. Não tá fácil, tá difícil, vou ali comprar um pão na padaria.

Na Câmara dos Deputados, o motim bolsonarista foi geral: microfone tomado, mesa diretora invadida, ameaça de pautar a anistia à revelia do presidente da Câmara, ameaças de travar o Congresso e enterrar o projeto que isenta os mais pobres do Imposto de Renda (queria saber por que sempre sobra para os pobres).

E aí Alcolumbre, o Davi estrela do Senado, e Huguito Motta fizeram o que mais estão acostumados a fazer neste ano: cancelaram a sessão.

Cê que sabe

Kassab, o todo-poderoso dono do PSD e de mais prefeituras do que qualquer outro, reapareceu para lamentar a prisão de Bolsonaro. Ao melhor estilo centrão:

 

"Me associo na solidariedade ao ex-presidente, lamentando a sua prisão, sem entrar no mérito da questão. É tudo que o país não precisava, esse enfrentamento, esse desgaste, essa escalada. É lamentável o que o país está vivendo."

Xandão criticado

Aqui e ali, Xandão andou perdendo apoio pelo BRASEW. Se até semana passada o foco eram os Bolsonaros contra o Brasil (traidores da pátria que estavam batendo palmas para o tarifaço de Trump), agora a discussão é se Xandão exagerou, ou não, ao responsabilizar Bolsonaro por publicações na rede de outras pessoas. Dois editoriais, da Folha e do Estadão, dizem que Xandão errou e defendem a liberdade de expressão do nosso ex.

Supremos em off

Os ministros supremos trataram de soltar informações pela imprensa. Os chamados offs, quando falam sem o jornalista dizer que eles são eles. Para a Folha, fizeram chegar que Xandão precisa dar uma freada, exagerou, essas coisas. Errou. Mas continua com apoio institucional dos ministros. Até aventam a possibilidade de Xandão mudar sua decisão.

 

Em outra frente, querem fazer crer que Xandão ganhou força no Supremo desde que veio a Magnitsky, não importa o que ele faça, e que não restou outra alternativa a não ser mandar prender Bolsonaro mesmo. Para o Globo, alguns disseram que, se não for tracejado um limite para a atuação do nosso ex e dos seus filhos, o cenário político vai degringolar e polarizar ainda mais a eleição de 2026.

Mas só saberemos o que pensam os ministros e como vão agir (se eles vão apoiar Xandão) quando os advogados de Bolsonaro recorrerem da decisão da prisão. O caso pode inclusive passar pela Primeira Turma (Zanin, Dino, Cármen, Fux e Xandão) e ir parar no Plenário, segundo entendem alguns advogados. (Ou então, Xandão pode voltar atrás na decisão. Qual a chance?)

Até a Faria Lima?

Na semana passada, o zap da Faria Lima já dizia que Xandão, com teimosia e prepotência, tinha feito o Supremo perder credibilidade. Especialmente insistindo em se manter relator do caso Bolsonaro. E olha que é um povo que quer Bolsonaro condenado e fora do páreo em 2026.

 

A Faria Lima é onde ficam os bancos. E os bancos estão com abacaxi na mão por conta da Magnitsky, já que precisam cortar os cartões do Xandão se não quiserem tomar na cabeça uma martelada dos Estados Unidos.

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