Em meio ao tarifaço imposto pelos EUA a produtos brasileiros, o presidente Lula conversou na noite de ontem por uma hora com o presidente da China, Xi Jinping, em um telefonema que foi um pedido do Brasil. De acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto, os dois líderes trocaram impressões sobre a atual conjuntura internacional e os esforços de paz entre Rússia e Ucrânia, abordaram o papel do G20 e do BRICS na defesa do multilateralismo e também manifestaram interesse em buscar novas possibilidades econômicas entre Brasil e China. Segundo o relato chinês da conversa, Xi Jinping falou ao presidente Lula que "a China está pronta para trabalhar com o Brasil para estabelecer um exemplo de unidade e autossuficiência entre os principais países do Sul Global". E acrescentou que "a China apoia o povo brasileiro na defesa de sua soberania nacional e apoia o Brasil na salvaguarda de seus direitos e interesses legítimos, exortando todos os países a se unirem na luta decidida contra o unilateralismo e o protecionismo". Nenhum dos relatos diz, no entanto, se a escalada tarifária americana foi tratada diretamente pelos dois. Saiba mais. Reunião com secretário do Tesouro dos EUA é cancelada e Haddad culpa a direita. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que uma reunião entre ele e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que estava marcada para amanhã foi cancelada após articulação da extrema direita brasileira. De acordo com a Folha de S.Paulo, o Departamento do Tesouro dos EUA chegou a enviar ao Ministério da Fazenda brasileiro um link para a conversa que teria como tema as sanções comerciais ao Brasil na última terça-feira. Na manhã de quarta-feira houve o cancelamento sem maiores explicações, com a justificativa de que Bessent não conseguiria mais acomodar o contato com Haddad em sua agenda. Pouco antes disso, Eduardo Bolsonaro deu uma entrevista à colunista Bela Megale, do jornal O Globo, em que afirmou que trabalhava junto à Casa Branca para que os EUA aumentassem as sanções ao Brasil. Haddad atribuiu a isso o cancelamento. Eduardo Bolsonaro nega culpa no cancelamento da reunião com os EUA. O deputado negou, em uma nota conjunta com o comentarista Paulo Figueiredo, que tenha interferido junto ao governo dos EUA para cancelar a reunião de Fernando Haddad com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. "Haddad prefere culpar terceiros pela própria incompetência, enquanto Lula só fala besteira por aí e inflama a crise diplomática", escreveram os dois. A nota diz ainda que "Donald Trump declarou emergência econômica nos EUA, apresentando de forma clara as razões. Até que o Brasil enfrente esses pontos, qualquer reunião será mera encenação —e, portanto, inútil". Eles afirmaram também que viajarão para a capital dos EUA na quarta para uma série de reuniões com autoridades. Congresso prepara pacote da impunidade para blindar parlamentares de investigações. O pacote de medidas praticamente inviabiliza investigações policiais contra deputados e senadores. Os líderes partidários se reunirão hoje para tratar do assunto e a prioridade é votar o projeto o mais rápido possível. Dentre outras medidas, o texto propõe que deputados e senadores só serão investigados se, mediante maioria em votação, a Câmara aceitar; a polícia só poderá realizar operações nas dependências do Congresso com aval da Câmara e/ou do Senado; ficará proibida a prisão de deputados e senadores, exceto flagrante de crime inafiançável; o STF deixará de cuidar dos inquéritos contra parlamentares. O pacote surgiu a partir de proposta para o fim do foro privilegiado e foi feito durante o motim da oposição no Congresso na semana passada. Leia mais. Trump assume controle da polícia para tirar sem-teto de Washington. O presidente dos EUA apresentou ontem um plano para diminuir a criminalidade na capital do país e, entre as medidas, estão o controle da polícia pela administração federal e o envio de tropas da Guarda Nacional. No domingo Trump já havia ordenado que pessoas em situação de rua deveriam deixar a cidade "imediatamente". Ele disse que a cidade precisa ser liberada do "crime, da sujeira e da escória". "Nossa capital foi derrubada por gangues violentas, criminosos, maníacos, selvagens e pessoas sem casa. E nós não vamos deixar isso acontecer mais. Nós não vamos aceitar", disse à imprensa. Trump citou dados antigos e se referiu a Brasília como exemplo de uma capital violenta, mas dados revelam que a taxa de homicídios do Distrito Federal é três vezes mais baixa que a de Washington. Câmara amplia a 45 dias prazo para corregedor analisar denúncias por motim. A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados alterou o prazo para analisar a denúncia contra os 14 parlamentares que ocuparam o plenário da Casa na quarta-feira passada. Na sexta-feira, o presidente da Câmara, Hugo Motta, enviou ao Corregedor da Câmara, o deputado Diego Coronel, as denúncias e ele teria 48 horas para analisar, mas, segundo ele, a Mesa Diretora fez uma pré-análise e decidiu que seria um prazo apertado, e ampliou o tempo para 45 dias. Coronel disse ter recebido ontem as denúncias, que o material passa por uma análise técnica e depois ele vai abrir prazo e notificar os 14 deputados. "Eles terão cinco dias para apresentar as defesas. Depois, teremos 45 dias para analise final". O parlamentares podem ser advertidos ou suspensos pela Mesa Diretora, ou cassados pelo Conselho de Ética. Entenda o processo. |
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