Os parlamentares bolsonaristas resolveram fazer uma greve, impedir que seus colegas trabalhem (e inclusive votem a isenção do imposto de renda, BRASEW. Socorro, que timing!), e dizem que só querem duas coisinhas básicas: o impeachment do Xandão e uma anistia geral, completa e irrestrita para nosso ex. Aquela história do Pacote da Paz. Mas quem deu a real do rolê hoje sobre impeachment do Supremo Xandão foi o senador Ciro Nogueira, aquele cacique do Centrão, ex-ministro de Bolsonaro, ex-apoiador de Lula, chefão no PP (o partido do Lira), amigo do tigrinho. Nogueirão deu a visão, em entrevista ao Metrópoles: "Não assinei e não vou assinar o pedido de impeachment do ministro Alexandre. Porque é uma pauta impossível. Nós não temos 54 senadores para aprovar. E aqui fala uma pessoa que, durante meus 32 anos de mandato, se tornou uma pessoa muito pragmática. Não perco tempo com pautas que não vão ter sucesso." É tipo, acorda, BRASEW. Para os perdidos: a decisão final de afastamento e perda de cargo de um ministro supremo exige o apoio de pelo menos dois terços dos senadores, ou seja, 54 dos 81. Por isso, Nogueira fala dos 54. Não adianta ter número de assinaturas para abrir um processo se não vai conseguir levar no final. Mas os bolsonaristas não quiseram saber e ficaram se debatendo. O Malafaia, aquele pastor político e bolsonarista, foi quem mais estrilou com Nogueirão: "Você é uma raposa e um camaleão na política. Quem é você para falar pelos outros senadores? Se recolha à sua mediocridade política." Ui!!!! É só ir lá e pegar o tigrinho, pastor. Sonho que se sonha só Nogueirão, ao mesmo tempo, diz que sonha em fazer com que Bolsonaro possa disputar a próxima eleição (Bolsonaro está inelegível, independentemente do processo do golpe que rola no Supremo). Ciro também disse que falou com Alcolumbre (o dono do Senado) e Huguito (o dono da Câmara frigorífica) e que eles não vão pautar a anistia sob pressão. E só os dois podem pautar a anistia. Huguito Motta, inclusive, ameaçou todos os parlamentares que estão lá de greve, de motim, whatever, impedindo o funcionamento do Congresso Nacional na força, dizendo que vão ficar seis meses suspensos. Motta quis fazer a sessão à força. No Senado, Alcolumbre conseguiu botar as comissões para funcionar, mesmo com a greve, motim, whatever. E já avisou que, a partir de amanhã, vai ter sessão virtual se os bolsonaristas seguirem com o teatro. Os bolsonaristas botaram esparadrapo na boca para dizer que estão em uma ditadura e estão lá, livremente, impedindo o Congresso de funcionar por completo. Eles dizem que é só uma obstrução. Para os perdidos: a obstrução conhecida e usada no parlamento é só de regimento, normalmente impede a votação de um projeto específico, e não é uma obstrução de acampamento para impedir qualquer funcionamento do Congresso. Só sei que a notícia hoje era que, além do PL, o União Brasil e o PP iam aderir à greve. (E pensar que já escrevi tudo isso e nem falei do tarifaço do Trump, apoiado por Dudu Bolsonaro, que começou a valer hoje.
| O Xandão amarelou levemente, darling. Depois de decretar prisão domiciliar de Bolsonaro porque nosso ex estava usando as redes sociais dos filhos para burlar suas ordens, agora Xandão permitiu que os mesmos filhos entrem na casa de Bolsonaro quando quiserem, sem precisar pedir autorização suprema. Quando decretou a prisão, Xandão disse que Bolsonaro não poderia receber visitas que não fossem as dos advogados. A pressão está grande, tanto que alguns supremos deixaram vazar para a imprensa que Xandão errou nas decisões que impedem Bolsonaro de usar redes de terceiros (como impedir?). Eis que o decano Gilmar Mendes saiu em defesa de Xandão. Ele disse para a imprensa, na saída de um evento do João Camargo, que não há qualquer desconforto com a decisão de prender Bolsonaro e que Xandão tem o apoio total dos ministros supremos. Mas que os recadinhos chegaram, isso chegaram.
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