segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

BASTIDORES DA POLÍTICA!!!

 

Waldemir Barreto/Agência Senado


Carolina Juliano

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, criticou ontem o que chamou de interferência indevida do governo federal no processo de votação do advogado-geral da União, Jorge Messias, como potencial próximo ministro do Supremo Tribunal Federal, aprofundando a crise entre os poderes. Alcolumbre disse que causa perplexidade ao Senado o governo não ter enviado ainda a mensagem escrita sobre a indicação do presidente Lula e defendeu a data de 10 de dezembro para a sabatina. Na quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça deve ler o parecer de Weverton Rocha a respeito da indicação de Messias. O senador tem indicado em conversas que seu parecer deve ser favorável, mas a decisão é do plenário e são necessários os votos de 41 senadores para referendar a indicação. Segundo o presidente do Senado, o governo Lula parece buscar interferir indevidamente no cronograma estabelecido pela Casa, prerrogativa exclusiva do Senado FederalEntenda a crise.

Em pronunciamento, Lula exalta isenção do IR e critica elite. O presidente Lula fez um pronunciamento transmitido em rede nacional na noite de ontem para falar sobre o PL sancionado na semana passada que isenta do pagamento de imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil mensais. Segundo o presidente, o dinheiro economizado com a medida deve injetar até R$ 28 bilhões na economia, e pode gerar mais poder de compra. "Com zero de Imposto de Renda, uma pessoa com salário de R$ 4,8 mil pode fazer uma economia de R$ 4 mil em um ano. É quase um 14º salário", declarou. Lula iniciou a sua fala com uma crítica aos privilégios da elite e disse que a mudança no IR é um passo decisivo para reduzir a desigualdade. "Entre os muitos privilégios, talvez o mais vergonhoso seja o de pagar menos Imposto de Renda do que a classe média e os trabalhadores", disse. Assista ao pronunciamento.

Plano do PL para contornar campanha sem Bolsonaro inclui boneco de papelão e IA. Com a prisão de Bolsonaro e outras estrelas da sigla, como Michelle Bolsonaro e Nikolas Ferreira, envolvidas em suas próprias campanhas, o Partido Liberal avalia o uso de figuras de papelão do ex-presidente em eventos partidários e até de inteligência artificial para anunciar o apoio dele a candidatos da legenda. A ideia do uso de IA chegou ao presidente Valdemar Costa Neto, mas, segundo reportagem da Folha de S.Paulo, parte dos integrantes da sigla é contra por temer que a estratégia abra as portas para que candidatos não apoiados pelo ex-presidente façam o mesmo. Segundo especialistas, o uso de IA para recriar a figura de Bolsonaro, em princípio, é regular, mas precisa ser assinalada na publicação, como determina o Tribunal Superior Eleitoral. O conteúdo também não pode levar o eleitor a acreditar que o ex-presidente está em liberdade. Saiba mais.

Foragido, Alexandre Ramagem desafia Moraes a enviar pedido de extradição aos EUA. O deputado federal, que foi condenado a 16 anos de prisão pela trama golpista e fugiu para os EUA, disse ontem em vídeo publicado nas redes sociais, que se o ministro do STF quiser fazer o pedido para que ele seja extraditado, "vai ter que remeter para análise de um juiz federal americano toda a ação do golpe" que o envolve. "Então eu peço: traga para análise dos americanos essa ação do golpe, que nós vamos ver uma resposta enfática dos norte-americanos do que é uma juristocracia, uma ditadura, uma arbitrariedade que assola o Brasil agora", disse. Ramagem saiu do país clandestinamente em setembro e Alexandre de Moraes decretou sua prisão após um pedido da Polícia Federal. O STF pode pedir ao governo brasileiro que envie pedido de extradição ao governo de Donald Trump, mas ele já se negou, em outra ocasião, a extraditar o blogueiro Allan dos Santos, também foragido. Entenda.


47 milhões nos EUA vivem sem saber se terão o que comer

 

Arte UOL/IA


Mariana Sanches

O maior "shutdown" da história dos Estados Unidos —que manteve o governo quase inoperante por 43 dias— expôs uma face trágica e surpreendente do país que mais produz riqueza no mundo.

Ao interromper o pagamento do programa de suplementação alimentar, o Snap, a Casa Branca lançou mais de 42 milhões de pessoas —entre elas, 14 milhões de crianças e adolescentes— na incerteza de ter o que comer no dia seguinte.

Entrei em contato com mais de 20 pessoas em risco de fome, em ao menos dez estados do país, para ouvir suas histórias.

Uma delas é a de uma mãe que tenta garantir três refeições a seus três filhos, mesmo que isso exija que ela mesma não se alimente. Outra é a de um senhor aposentado que passou dias comendo a última coisa que lhe restou em casa: pasta de amendoim.

 

Com uma economia treze vezes maior que a do Brasil, os Estados Unidos têm 80% do contingente brasileiro de pessoas que não sabem se terão comida suficiente para a próxima refeição.

São milhões de famílias que vivem com margens orçamentárias muito curtas, para quem algumas dezenas de dólares farão a diferença entre jantar ou dormir com fome.

É um problema social latente e pronto a se converter em crise diante de um "shutdown" ou de cortes nos programas sociais escassos do país —duas coisas que o governo Trump, aliás, acaba de promover.

Parece uma contradição para uma economia tão pujante e dinâmica. Afinal, como os Estados Unidos podem ser ao mesmo tempo tão ricos e tão pobres?

LEIA A REPORTAGEM NO UOL PRIME