quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Governo libera R$ 2,2 bi em emendas Pix pressionado por projeto de anistia

 

MATEUS BONOMI/ESTADÃO CONTEÚDO


Carolina Juliano

O governo Lula reservou ontem R$ 2,2 bilhões do orçamento para pagar em emendas Pix após sentir a pressão de parlamentares pela votação do projeto que pede anistia aos condenados pelo 8 de janeiro e pela atuação da oposição na CPMI que investiga os desvios indevidos de benefícios do INSS. Segundo a colunista do UOL Natália Portinari, o valor é referente a emendas que tiveram planos de trabalho aprovados pelo governo até agora, conforme decisões do STF e do TCU. O governo aposta que a liberação dos recurso melhore o ambiente para o andamento de pautas importantes, como o projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000. Ontem o presidente Lula também se reuniu com ministros do União Brasil e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e pediu empenho contra a aprovação de indulto aos participantes dos atos golpistas Segundo relatos ouvidos pela Folha de S.Paulo, a avaliação foi de que a aprovação do projeto, que beneficiaria o ex-presidente Jair Bolsonaro, significaria uma rendição ao presidente dos EUA e uma consequente ameaça à soberania nacional. Alcolumbre afirmou à Folha ser contra um projeto que dê anistia a Bolsonaro e disse que apresentaria um texto alternativo.

 

No 2º dia do julgamento da trama golpista, defesas de generais tentam se descolar de Bolsonaro. Os advogados representantes de Augusto Heleno e de Paulo Sérgio Nogueira tentaram ontem descolar seus clientes do ex-presidente. Os advogados argumentaram que há falta de provas sobre a participação deles em uma tentativa de golpe de Estado e questionaram a validade da delação de Mauro Cid. A defesa de Heleno disse que o general se distanciou de Bolsonaro, sobretudo após sua filiação ao PL. A defesa de Jair Bolsonaro também sustenta não há qualquer prova de que ele tenha participado dos ataques do 8 de Janeiro ou de planos como o "Punhal Verde e Amarelo", que previa o assassinato de autoridades como Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. O advogado Celso Vilardi disse que a investigação vinculou Bolsonaro aos ataques em Brasília, um "trágico episódio", sem ter provas. Clique aqui para saber quando o julgamento será retomado e quais são os próximos passos.

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