Crescem as denúncias , aumenta o clamor por penas mais rígidas, mas a pandemia de violência contra as mulheres persiste no país, com banalização, impunidade —e requintes de violência, como mostram os recentes casos surgidos no noticiário. Por exemplo, no crime do homem suspeito de ter atropelado e arrastado uma mulher após uma briga na zona norte de São Paulo. Ele afirmou que não conhecia a vítima, pediu segredo de Justiça para o caso e relatou temer ser morto na prisão. A vítima teve as duas pernas amputadas e está em estado grave. Diante de casos como esse, a colunista Carla Jimenez, citando Carol Althaller, diretora executiva do Instituto Update, relata que aumentar penas para o feminicídio não basta, pois o problema "não é apenas criminal, é cultural e estrutural". Para mitigar a violência, Jimenez defende mais verbas para programas de proteção à mulher e também mais presença feminina nos espaços de poder. E no clima do 4 de dezembro, o colunista André Santana evoca Santa Bárbara (Oyá Iansã, no sincretismo afro-brasileiro), padroeira dos tempos violentos, para desejar que o ciclo de agressões contra as mulheres seja rompido "quando a sociedade, especialmente os homens, enfrentar com coragem as raízes do machismo". Eduardo Carvalho completa: o problema do feminicídio não é das mulheres, é dos homens; e não é mais admissível que mulheres sofram por conta de egos masculinos feridos. Rogério Gentile: Homem que atropelou e arrastou mulher pede sigilo e cita risco de morrer Carla Jimenez: Nem mesmo a pena de 40 anos para feminicídio faz homens misóginos recuarem André Santana: Santa Bárbara e Iansã inspiram luta contra a morte de mulheres Maria Ribeiro: No dia da eliminação da violência contra mulher não pude nem jantar em paz Eduardo Carvalho: Problema do feminicídio não é das mulheres, é dos homens |
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