quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Quem corre cansa... Quem caminha alcança.

Anfrízio Menezes

* Por Anfrízio Meneses

Esta crônica estava “guardada” para outra oportunidade. Mas vendo um programa de TV no final de semana passado, resolvi compartilhá-la logo com vocês (até porque, diferentemente da “linha de defesa” por nós imposta à abordagem logo aí embaixo, o tempo urge!).

            Pois bem.

  Desde quando este cronistinha de pouca tinta chupava o dedo (meu filho caçula fala que ainda chupo, quando estou dormindo. Mas como estou dormindo... Não posso confirmar), os ditados populares “quem corre cansa, quem caminha alcança”, “o afobado come cru” e “a pressa é inimiga da perfeição” já eram repetidamente citados por minha saudosa avó Zulmira e pelos amigos mais metidos, quando tentávamos fazer alguma coisa às pressas... E não conseguíamos acertar.

            Agora (alguns quilinhos a mais e uns poucos cabelos a menos), volto a me deter com este tema, desta feita com muito mais ênfases, eis que nesta “aldeia global” na qual o mundo se transformou, as mudanças acontecem quase “online”. A cada minuto cria-se uma lei; a cada instante surge um fato novo; tecnologias caducam da noite para o dia; e nós, da geração “paz e amor”, ficamos feitos cegos em tiroteio (pois não sabemos se corremos para nos atualizar ou se nos deitamos para nos defender desse fogo cruzado de tecnologia).

            O programa de TV a que assisti noticiou que, atualmente, há um movimento na Europa chamado “slowfood” (da SlowFoodInternationalAssociation), cujo símbolo é um caracol (aquele animalzinho esperto, tão esperto... Que não se estressa com nada!). Este movimento prega que as pessoas devem comer e beber devagar, saboreando os alimentos, “curtindo” seu preparo. Orienta ainda que devemos ampliar o convívio com a família e com os amigos, sem tanto zelo e pressa com a qualidade (em contraposição ao “espírito” do FastFood americano).

            A base de tudo isso, segundo nossa estreita percepção, está no questionamento da pressa gerada pela globalização, pelo apego “ao ter” em detrimento “do ser”; no questionamento ao trabalho estafante... E a favor da qualidade de vida e da qualidade do ser.

            Ainda de acordo com aquele noticiário, a “slowattitude” está chamando a atenção até dos americanos apologistas do “FastFood” e do “Do it Now”.

   Mas veja bem: essa, digamos, “atitude sem pressa” não significa fazer menos, nem fazer com menor produtividade. Longe disso! Significa, sim, fazer as coisas bem feitas, com prazer, com qualidade, com maior perfeição e com menos “stress”.

            Significa, também, retomar os valores da família, dos amigos e do lazer. Esta nova atitude significa uma retomada dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver na convivência espiritual, na religião, na fé, e, principalmente, na solidariedade e na compaixão.

            Uma verdade absoluta: a maioria das pessoas está sempre atrasada e vive correndo atrás do tempo perdido. Para outras, o tempo demora a passar, ficam ansiosascom o futuro e se esquecem de viver o presente. Esquecem que o tempo é igual para todos. E que a diferença está no que cada um faz do seu tempo!

            Agora, uma realidade necessária: precisamos saber aproveitar cada momento, porque, como disse John Lennon... “A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro”.

            É verdade: enquanto planejamos nossos objetivos e definimos nossas metas, o tempo está passando e, quase sempre, nossos “sonhos” demoram a ser realizados (muitas vezes não chegamos nem a vê-los realizados ou com o passar do tempo, eles já não são mais tão importantes para nós).

            Portanto, vamos aproveitar e curtir a vida enquanto planejamos, enquanto vivemos o presente: - O agora!

            E sem pressa, com parcimônia, com dedicação, com alegria e com simplicidade... Afinal, alguém aí está com tanta fome ao ponto de preferir comer cru?

*Anfrízio Meneses é advogado.

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