A
taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,4% no trimestre encerrado em
fevereiro, atingindo 13,1 milhões de pessoas, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (29)
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o instituto, a alta representa a entrada de
892 mil pessoas na população desocupada.
No trimestre de dezembro de 2018 a fevereiro
de 2019:
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Desemprego cresceu para 12,4%, ou 13,1 milhões
de pessoas
·
População ocupada ficou em 92,1 milhões de
pessoas
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População fora da força de trabalho é recorde,
de 65,7 milhões de pessoas
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Taxa de subutilização da força de trabalho
(24,6%) e população subutilizada (27,9 milhões) são recorde
·
Número de desalentados (4,9 milhões de pessoas)
é o maior da série do IBGE
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Empregados com carteira assinada somaram 33
milhões; e sem carteira, 11,1 milhões
·
Trabalhadores por conta própria são 23,8
milhões
No trimestre encerrado em janeiro,
a taxa de desemprego verificada pelo IBGE foi de 12%, atingindo 12,7 milhões de
brasileiros – o maior número de desocupados desde agosto de
2018 e a primeira alta em dez meses.
“A desocupação
voltou a subir, mas não é a maior da série. Neste mesmo trimestre (dezembro a
fevereiro), a maior foi de 13,2%, em 2017. Esperava-se que ela fosse subir, é
um aumento que costuma acontecer no começo do ano”, explicou, em nota, o
coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Filas de desempregados
Em São Paulo, um evento oferecendo mais de 6 mil
vagas reuniu uma multidão no Vale do
Anhangabaú, no centro da cidade. Houve filas também na região metropolitana de
Curitiba, onde trabalhadores buscavam vaga em um supermercado;
em São José do Rio Preto
(SP), por vagas em uma usina; no Distrito Federal,
onde um restaurante abriu vagas; e em Campinas (SP),
por vagas em uma loja na cidade.
No Rio de Janeiro, filas de candidatos a uma das 150 vagas de auxiliar de
serviços gerais se estenderam por dois quarteirões.
Taxa
de subutilização recorde
Já a taxa de subutilização –
trabalhadores que poderiam estar trabalhando mais horas – alcançou 24,6%,
chegando a 27,9
milhões de pessoas –
o maior número da série histórica do IBGE, iniciada em 2012.
Na comparação com os três meses anteriores, houve uma
alta de 901 mil pessoas subutilizadas. Já na comparação como mesmo trimestre do
ano anterior, o crescimento foi de 2,9%, ou 795 mil pessoas.
Desalento também é o maior da série
O número de pessoas desalentadas – trabalhadores que desistiram de procurar emprego –, que chegou a 4,9 milhões,
também é recorde da série do IBGE, repetindo o registrado nos três meses
anteriores (setembro a novembro), mas uma alta de 275 mil pessoas em relação ao
mesmo trimestre do ano anterior. O percentual de desalentados, de 4,4%, é o
mesmo registrado nos três meses anteriores, também recorde.
“Dado
que o desemprego chegou neste nível tão alto, isso alimenta o desalento também.
Essas pessoas não se veem em condições de procurar trabalho”, explicou Cimar.
Fora da força de trabalho
O IBGE apontou também que a
população fora da força de trabalho alcançou 65,7 milhões de pessoas, a maior da série do instituto,
crescendo 0,9% frente aos três meses anteriores e 1,2% na comparação com o
mesmo trimestre do ano passado.
Já a população ocupada caiu 1,1% frente aos três
meses anteriores (menos 1,062 milhão), para 92,1 milhões de pessoas. Na
comparação com os mesmos meses do ano passado, no entanto, houve um crescimento
de 1,1% na população ocupada, ou 1,036 milhão de pessoas.
Educação, indústria e construção encolheram
A administração pública, defesa,
seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi o setor que
mais dispensou trabalhadores na comparação com os três meses anteriores, com um
corte de 574 mil pessoas. Indústria (-198 mil) e construção (-155 mil) também
reduziram o número de trabalhadores.
“Essa
perda no grupo de administração pública, defesa, seguridade social, educação,
saúde humana e serviços sociais se deu, basicamente, na educação, que perdeu 470 mil de pessoas.
Esse processo também afeta muito o empregado sem carteira, principalmente na
construção e indústria”, afirmou Cimar.
De acordo com os dados do IBGE, o
setor de transporte, armazenagem e correio foi o único que teve aumento na
população ocupada, com uma alta de 133 mil pessoas.
Trabalhadores por conta própria somam 23,8 milhões
O número de trabalhadores por
conta própria ficou estável em relação aos três meses anteriores, em 23,8
milhões. Mas frente aos mesmos meses do ano passado, houve uma alta de 2,8%,
equivalente a 644 mil pessoas.
Já o número de empregados sem carteira assinada caiu
(-4,8%) na comparação com o trimestre anterior (menos 561 mil pessoas), para
11,1 milhões no trimestre de dezembro a fevereiro. Comparado a um ano antes,
houve alta de 3,4%, ou 367 mil pessoas.
O número de empregados no setor privado com carteira
assinada (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 33 milhões de pessoas,
ficando estável em ambas as comparações.
Rendimento
O rendimento médio real habitual
(R$ 2.285) cresceu 1,6% frente ao trimestre anterior e ficou estável em relação
ao mesmo trimestre do ano passado. A massa de rendimento real habitual (R$
205,4 bilhões) ficou estável em ambas as comparações.