Por Toni Duarte//RADAR-DF
A demissão do ministro Gustavo Bebianno serviu para que ele saísse do “armário dos infiltrados” colocado dentro do Palácio do Planalto para atuar contra o próprio presidente como informante da TV Globo e do Jornal Folha de São Paulo.
Até  2017, o advogado Gustavo Bebianno era um personagem desconhecido do presidente Jair Bolsonaro e de sua família. Mesmo sem nenhuma experiência em política, Bebianno rapidamente conquistou a confiança dos Bolsonaro e virou braço direito do presidente.
Inicialmente chegou a ser cotado para ministro da Justiça, mas preferiu ficar colado no Palácio do Planalto. Era por meio dele que a Globo e a Folha, segundo Carlos Bolsonaro, o “Nº 2”, se abastecia de informações, algumas delas,  atingindo diretamente a família do presidente.
No entanto, a relação entre Bebianno e o presidente azedou quando o então ministro recebeu  o vice-presidente de relações institucionais do Grupo Globo Paulo Tonet Camargo. No áudio que Bebianno fez questão de vazar para a Revista Veja aparece a voz do presidente:
“Gustavo, o que eu acho desse cara da Globo dentro do Palácio do Planalto? Eu não quero ele aí dentro. Qual a mensagem que vai dar para as outras emissoras? Que nós estamos se aproximando da Globo. Então não dá para ter esse tipo de relacionamento. Agora… Inimigo passivo, sim. Mas trazer o inimigo para dentro de casa é outra história. Pô, cê tem que ter essa visão, pelo amor de Deus, cara. Fica complicado a gente ter um relacionamento legal dessa forma porque cê tá trazendo o maior cara que me ferrou – antes, durante, agora e após a campanha – para dentro de casa. Me desculpa. Como presidente da República: cancela, não quero esse cara aí dentro, ponto final. Um abraço aí”,diz o presidente.
Embora o presidente tenha exigido que Bebianno cancelasse tudo, no entanto a visita foi mantida.