segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

O rádio precisa de ajustes, mas o mercado publicitário também precisa aprender mais sobre o veículo


Um planejamento que precisa contemplar mais de uma estação de rádio não é um problema, mas sim uma possível solução para uma campanha de massa bem sucedida.

Recentemente eu e vários colegas acompanhamos uma mesa redonda com publicitários que falaram da importância do rádio para as marcas que eles representam. De juras de amor ao veículo, contando como o rádio foi importante em suas vidas pessoais, a situação logo se reverteu em cobranças e reclamações por parte desses profissionais.

De fato, o rádio (e o radiodifusor) merecem alguns puxões de orelhas (não cabe aqui a generalização), natural em um cenário que carece de pesquisas e/ou até a interpretação correta das mesmas. Mas neste caso eu vou me dirigir a reclamação do publicitário em questão, que não vem ao caso mencionar nomes e marcas.

A reclamação dele não é isolada: ele afirma que investir em rádio é complicado, pois é uma mídia de audiência muito fragmentada. Diz ele que, para ter uma campanha efetiva e de grande escala no rádio, ele não pode fechar com uma emissora apenas, mas sim várias estações. E isso é ruim, pois no digital com uma ferramenta apenas é possível ter o mesmo efeito. E o "legal" é quando uma rádio é hegemônica na praça, facilitando assim o investimento em rádio.

Mas será que é isso mesmo? Não é uma reclamação esquisita se for apenas isso?

Se for apenas isso, qual é o problema de ter que fazer uma campanha com várias rádios diferentes? Para começo de conversa a mídia não é cara, ou seja, se estamos falando de uma campanha séria, os valores provavelmente estarão próximos ou abaixo disso. 

Ter várias rádios é possibilidade impressionante de você atingir vários públicos diferentes, mesmo atuando numa mídia de massa. E soma-se a isso as vantagens do veículo: credibilidade, fidelidade da audiência, alcance, entre outros pontos.

E a campanha pode ter uma segmentação mais precisa, mesmo em um veículo de marca, dependendo da escolha das emissoras e até dos horários para a execução.

A audiência de rádio pouco muda: segue com seu alcance alto e um tempo médio impressionante (acima de 4 horas no Brasil). Contar com várias rádios amplia o alcance e a frequência de uma campanha. 

Me parece um pouco de preguiça ou desconhecimento do que é e como funciona o veículo rádio. 

Mas se o papo for pré, pós-atendimento e faltam números que mostram a efetividade de uma campanha, ok… podemos partir para um bom debate em cima desses possíveis problemas. 

Apesar de que a efetividade de uma campanha no rádio é atestada por levantamentos e pesquisas diferentes. Não é empurrar a culpa para o cliente, mas o sucesso passa pela qualidade do planejamento de marketing adotado (e isso vale para qualquer plataforma).

Do mesmo jeito que ocorre na área artística, onde constantemente procuramos criar um concorrente (entenda-se: Spotify versus música no rádio), não podemos deixar que o mercado (e o próprio rádio) trate como rival de veículos de massa a execução de uma estratégia publicitária no digital. Todas tem sua importância e é preciso conhecer o papel de cada uma das plataformas para poder ser bem sucedido na campanha.

Aparentemente a tecnologia facilitou a criação de campanhas, certo? Até certo ponto sim, mas se você considerar que hoje são várias as possibilidades na adoção de uma estratégia de marketing… talvez as coisas não estejam tão fáceis assim. Logo, ter que dividir uma campanha em várias rádios não pode ser considerado um problema ou algo difícil.

Se há alguma dúvida sobre tendências para o áudio e também qual é o real momento do rádio, sugiro a leitura das matérias que estão nos dois links a seguir:


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