* Por Anfrízio Meneses
Alguns leitores vêm comentando que este cronistinha de pouca tinta tem abordado muito os assuntos da vida real. Explorando temas que dizem respeito à vida do cidadão e aos problemas da sociedade (comentando, criticando, aplaudindo ou condenando as coisas mais elementares da vida e da própria história).
Pois bem. Ocuparei este espaço reprisando um artigo publicado no final do ano passado.
Não é falta de inspiração ou de tempo não. Por ser um problema que é muito corriqueiro no meio em que vivemos, julgamos oportuno trazê-lo à baila, exatamente após as negociações políticas que envolveram as convenções partidárias e os registros de candidaturas para prefeito, vice-prefeito e vereadores para o presente pleito eleitoral (o que resultou em muito troca-troca de siglas e ideologias político-partidárias, alguns denominados de “reposicionamento”, outros de “reconciliação”, uns justificáveis e outros inexplicáveis).
Vamos lá?
Se você pertence a um partido, a uma determinada organização ou até mesmo a certa religião... Você é muito bom para aqueles companheiros partidários, de agremiação ou de igreja.
Agora, se você sai desse partido ou igreja e ingressa em outros, ai, ai, ai... Você passará a ser, para os antigos companheiros que deixou, um cretino dos maiores do mundo (não interessando se houve justa causa, nem qual o motivo que o levou a essa mudança).
Do mesmo modo ocorre quando alguém que, por motivos de ordem pessoal, separa-se e pede o divórcio e, para aqueles a quem estava diretamente ligado, passa, simplesmente, a ser considerada pessoa do mais baixo nível.
Ora, ora! Essa mudança de julgamento ou de conceito ocorre, unicamente, porque, convenhamos, o que está em jogo, simplesmente, é o interesse de quem se sente prejudicado, ou de quem perdeu na troca.
As pessoas que só agem por interesse, que são escravas do próprio egoísmo, não sabem e não têm condições de julgar (nada ou ninguém), porque foram “contaminadas”pelo violento vírus da paixão. É verdade, quem vive do interesse não admite que esse interesse seja ferido.
Tenha certeza de uma coisa amigo: você será o melhor cidadão (para a família ou para os amigos), apenas enquanto estiver fazendo o jogo deles!
Uma história: um velho e simples comerciante vivia sendo avalista para outro comerciante muito próspero (por simples amizade!). No dia em que o modesto comerciante não teve mais como continuar garantindo as obrigações do amigo, passou a ser perseguido pelo “poderoso”. A amizade do grande era movida, na verdade, por mero e “impuro” interesse comercial.
E por aí vamos... Vendo como a vida (dos amantes, dos comerciantes ou dos parentes) se enraíza e se alimenta do interesse, do malfadado interesse pessoal.
No dia em que o interesse (dos que o endeusam) não for alimentado, pode ficar certo o cidadão que tudo mudará!
Ei. Psiu! Estou tratando de um tema sem nenhum endereço. Se houver alguém que aceite a encomenda (a famosa “carapuça”), que me desculpe.
Mas o leitor deve conhecer fatos desse tipo. Deve saber que o interesse chega a ser o único “amor” que dorme no coração dos interesseiros, dos doentes e dos pobres de espírito!
* Dr. Anfrízio Meneses é advogado e sócio do escritório MENESES & CARVALHO Advogados Associados.
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