Essa é a maior taxa e também
o maior número de desempregados da série do indicador, iniciada em 2012.
O desemprego subiu para
13,2% no trimestre de dezembro a fevereiro, segundo dados divulgados nesta
sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
por meio da pesquisa Pnad Contínua. A alta em relação ao trimestre anterior é
de 1,3 ponto percentual e de 3 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre
do ano passado. De acordo com o IBGE, essa foi a maior taxa de desocupação da
série histórica, iniciada em 2012.
No trimestre de dezembro a
fevereiro, o Brasil tinha 13,5 milhões de desempregados - crescimento de 11,7%
(1,4 milhão de pessoas a mais) frente ao trimestre encerrado em novembro de
2016 e 30,6% (mais 3,2 milhões de pessoas em busca de trabalho) em relação a
igual trimestre de 2016. Esse número é recorde da série histórica.
“Essa taxa poderia ser ainda
maior se não tivesse o mês de dezembro incluído neste trimestre. É um mês que
tem característica de menor taxa de desocupação”, afirmou o Cimar Azeredo,
coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Já a população ocupada também
bateu recorde - é o menor da série histórica. No trimestre encerrado em
fevereiro, eram 89,3 milhões de pessoas no mercado de trabalho. O recuo se deu
tanto em relação ao trimestre terminado em novembro de 2016 (-1%, ou 864 mil a
menos) como ao mesmo trimestre do ano passado (-2%, ou 1,8 milhão a menos).
Desse total, 33,7 milhões de
pessoas que estavam empregadas no setor privado tinham carteira de trabalho
assinada. Esse número recuou tanto frente ao trimestre de setembro a novembro
de 2016 (-1,0% ou 337 mil pessoas) quanto ao mesmo trimestre de 2016 (-3,3%, ou
1,1 milhão de pessoas).
Os empregados no setor
privado sem carteira de trabalho assinada (10,3 milhões de pessoas) ficou
estável em relação ao trimestre anterior e cresceu 5,5% (ou mais 531 mil pessoas)
em relação ao mesmo trimestre de 2016.
O número de trabalhadores
por conta própria (22,2 milhões de pessoas) ficou estável na comparação com o
trimestre anterior e recuou (-4,8%, ou 1,1 mil pessoas a menos) em relação ao
mesmo trimestre de 2016.
“No primeiro momento da
crise, você teve uma migração dos postos de carteira assinada para o trabalho
por conta própria. Agora você observa uma queda nos dois postos”, diz Azeredo.
Já a categoria dos
trabalhadores domésticos, estimada em 6 milhões de pessoas, se manteve estável
em ambos os trimestres comparativos, segundo o IBGE.
Rendimento
O rendimento médio foi
estimado em R$ 2.068 no trimestre de dezembro de 2016 a fevereiro de 2017,
mantendo estabilidade frente ao trimestre anterior (R$ 2.049) e em relação ao
mesmo trimestre de 2016 (R$ 2.037).
Houve crescimento apenas
para os empregados no setor público: 3,2% em relação ao trimestre anterior
(setembro a novembro de 2016) e 5,1% em relação ao mesmo trimestre de 2016. Nas
demais posições de ocupação, como trabalhadores do setor privado e por conta
própria, houve estabilidade em ambos os períodos analisados, segundo o IBGE.
Por atividades
Segundo o IBGE, Agricultura
(8,8 milhões) e Construção (6,9 milhões) registraram o menor número de ocupados
desde 2012. No sentido inverso, Alojamento e Alimentação atingiu o maior
contingente de ocupados (5 milhões) desde o início da pesquisa.
Caged
De acordo com os últimos
dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em fevereiro as
contratações superaram as demissões em 35.612 vagas. Foi a primeira vez em
22 meses que o país registrou abertura de postos de trabalho. A criação das
vagas de emprego é resultado de 1.250.831 admissões e de 1.215.219 demissões em
fevereiro. No acumulado do primeiro bimestre de 2017, porém, o país registra
fechamento de 5.475 postos de trabalho.
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