quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Irônico, Mourão diz que Bolsonaro pediu que ele baixasse preço da gasolina

 


O presidente em exercício Hamilton Mourão concedeu hoje (17) uma entrevista exclusiva ao UOL. Ao lado de Fabíola Cidral, a colunista Carla Araújo foi uma das entrevistadoras e contou detalhes do encontro.

Mourão foi simpático e descontraído e chegou pontualmente às 10h para o bate-papo em uma sala ao lado de seu gabinete no Palácio do Planalto. A programação inicial previa apenas 20 minutos de conversa, mas o próprio pediu a sua assessoria que permitisse a continuidade da conversa.

Aos 68 anos, Mourão, que está como presidente em exercício por conta de viagem ao exterior do presidente Jair Bolsonaro, não fugiu de perguntas e polêmicas, mas escolheu em alguns momentos a ironia como forma de demonstrar sua relação com o presidente. Em outros, em tom sutil, fez críticas a Bolsonaro.

Disse que toda vez que o presidente viaja faz questão de leva-lo ao aeroporto e sempre faz a mesma pergunta: "Alguma determinação? Alguma ordem?"

"A última que ele me deu era para baixar o preço do combustível, diminuir a inflação e fazer o dólar cair. Estou tentando fazer isso ao longo desses dias. Cinco dias para fazer isso. Ele queria voltar com tudo resolvido. Lamento informar, mas não consegui", afirmou, em tom de ironia.

Em um dos momentos em que falava de sua relação com Bolsonaro, Mourão citou a possibilidade de ter articulado um impeachment do presidente, mas destacou que Bolsonaro sabe que pode contar com sua lealdade.

O vice-presidente não escondeu que sua relação com Bolsonaro é distante, disse que troca poucas mensagens com Bolsonaro e que "de vez em quando o presidente manda "umas mensagens no WhatsApp".

Mourão tem evitado cravar seu destino político, mas admitiu convites de partidos para que dispute um cargo no ano que vem e, depois de certa insistência, afirmou que seu caminho mais natural é disputar uma vaga ao Senado.

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