A reforma trabalhista de Temer (2017) e a liberação de empréstimos consignados no governo Bolsonaro (2020) facilitaram a proliferação das entidades
O esquema, segundo a PF, começou a se estruturar em 2019, já sob a gestão Bolsonaro, mas ganhou terreno após as mudanças na legislação promovidas nos dois governos anteriores. A reforma trabalhista de Temer (2017) e a liberação de empréstimos consignados no governo Bolsonaro (2020) facilitaram a proliferação de entidades que, sob o pretexto de representar aposentados, promoviam descontos não autorizados.
Onde e quando as entidades fraudulentas surgiram
- Governo Temer (2016-2018):
- Ambec (2017)
- Conafer (2017)
- Governo Bolsonaro (2019-2022):
- AAPB (2021)
- AAPEN (2023, antes ABSP)
- AAPPS Universo (2022)
- Unaspub (2022)
- APDAP Prev (2022, antes Acolher)
- ABCB/Amar Brasil (2022)
- CAAP (2022)
A extinção da contribuição sindical obrigatória na reforma trabalhista de Temer permitiu que novas entidades, sem vínculo real com os trabalhadores, se proliferassem. Já no governo Bolsonaro, a explosão de empréstimos consignados vinculados a benefícios previdenciários criou um ambiente propício para golpes.
Milton Cavalo, presidente do Sindnapi, questionou:
“Como associações criadas há pouco tempo conseguem centenas de milhares de associados em meses, enquanto sindicatos tradicionais levam anos para conquistar filiados?”
A PF investiga se essas entidades agiam com falsa representatividade para obter descontos ilegais em benefícios. O caso reacende o debate sobre como mudanças na legislação, nos últimos anos, abriram espaço para fraudes contra aposentados.
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