segunda-feira, 14 de julho de 2025

Lula cria comitê para avaliar sobretaxa de Trump e conversará com empresários

 

Gabriela Biló/Folhapress e Carlos Barria/Reuters


Carolina Juliano

O presidente Lula determinou na noite de ontem a criação de um comitê interministerial para conversar com os setores mais afetados pela sobretaxa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros. Segundo uma fonte ouvida pelo jornal Folha de S.Paulo, a decisão foi tomada após uma reunião realizada no Palácio da Alvorada da qual participaram os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, das Relações Exteriores, Mauro Vieira e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. O presidente disse a eles que se reunirá pessoalmente com empresários para tratar do tema a partir do levantamento inicial de cada pasta. Também estiveram presentes representantes da Casa Civil, Secretaria de Relações Institucionais, Secretaria de Comunicação Social e Agricultura. Os demais ministérios deverão ser chamados para as conversas quando as discussões envolverem as suas áreas. Leia mais.

 

Bolsonaro admite pela 1ª vez impacto do tarifaço, mas insiste em anistia. Em postagem em suas redes sociais neste domingo, o ex-presidente admitiu impactos negativos da sobretaxa imposta por Donald Trump ao Brasil, mas repetiu o discurso de seus filhos ao insistir que a solução para o problema é a anistia aos condenados e indiciados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro. Bolsonaro escreveu que não se alegra em ver "nossos produtores do campo ou da cidade, bem como o povo, sofrer com essa tarifa de 50%", e disse que "a solução está nas mãos das autoridades brasileiras. Em havendo harmonia e independência entre os Poderes nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia também a paz para a economia", completou. Foi a primeira vez que Bolsonaro se manifestou sobre o tema. Até aqui, seus filhos Eduardo e Flávio Bolsonaro vinham comandando a ofensiva para tentar emplacar o discurso de que a anistia é a solução para evitar a taxação.

 

Tarifaço deve cortar empregos, subir os preços e dificultar crediário. Especialistas ouvidos pelo UOL apontam que não são só os grandes exportadores brasileiros que vão perder dinheiro com o tarifaço de 50% dos EUA que começa a valer no dia 1º de agosto. Se o governo não entrar em acordo para cancelar a sobretaxa e ainda tarifar a importação de produtos americanos, o desemprego deve aumentar, preços vão subir e o crédito vai ficar mais caro na hora de parcelar compras. Alguns produtos brasileiros que poderão ter excedente com a diminuição da exportação podem ficar mais baratos num primeiro momento, mas deverá ser por pouco tempo, pois a inflação tende a aumentar pressionada por setores nos quais temos alguma dependência. Com isso, o desemprego também sobe e o consumo cai. Para controlar a inflação sempre é preciso mexer nos juros, e uma elevação da taxa também prejudica o crediário. Leia a análise.

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