O ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro na última segunda (4) após o ex-presidente descumprir medidas cautelares impostas pelo próprio magistrado. A decisão ocorreu depois que Bolsonaro violou ao menos uma das restrições que incluíam não fazer pronunciamentos públicos e não usar redes sociais. A situação começou a se desenhar no domingo (03) com protestos bolsonaristas pelo país contra o processo em que Bolsonaro é réu pela trama golpista no Supremo Tribunal Federal. "O Bolsonaro estava com essas medidas cautelares que incluíam o recolhimento noturno e aos finais de semana na sua casa, então ele não podia sair de casa, não podia usar as redes sociais e tinha que usar a tornozeleira eletrônica", explica Thaís Bilenky no podcast. O descumprimento ocorreu quando Bolsonaro gravou direcionado aos presentes no ato do Rio de Janeiro. "Ele gravou um vídeo saudando a população, os manifestantes que foram para Copacabana protestar, e mandou para o Flávio Bolsonaro", relatou Bilenky. O material foi postado na rede social do filho e se espalhou rapidamente. Posteriormente, Bolsonaro recebeu uma chamada de vídeo do deputado Nikolas Ferreira durante ato na Paulista e apareceu para o público que protestava em São Paulo. Pouco depois, Flávio Bolsonaro apagou o vídeo. No dia seguinte, policiais foram até a casa de Bolsonaro, esperaram sua chegada, informaram sobre a prisão domiciliar, apreenderam o celular e se retiraram. A decisão gerou forte reação na terça-feira. "Teve editorial da Folha de São Paulo falando que era arbitrária a prisão domiciliar, que não deveria ter sido feita. [...] A oposição se reorganizou", relata a colunista do UOL. Segundo ela, a direita, que estava desengajada desde as tarifas de Donald Trump, se reagrupou rapidamente. Sob pressão, Moraes começou a flexibilizar as medidas na quarta-feira. "Ele liberou os filhos e netos para visitarem Bolsonaro sem autorização judicial", explica Bilenky. Na quinta-feira, autorizou a visita do governador Tarcísio de Freitas, após Ciro Nogueira já ter comparecido. "O Bolsonaro calado não é um poeta, ele é um golpista", ironiza José Roberto de Toledo. "Vamos lembrar que ele tramou em silêncio antes do 8 de janeiro. Ele se escondeu lá no Palácio e em seguida, com a coragem que define o caráter dele, fugiu para os Estados Unidos enquanto seus cúmplices jogavam gasolina na lona do circo." Para Toledo, Moraes agiu preventivamente: "O Alexandre de Moraes tomou as cautelas necessárias para evitar que o Bolsonaro fosse julgado à revelia. Porque ele poderia repetir o que já tinha feito antes da tentativa de golpe de 8 de janeiro e tentar se refugiar na 'Trumplândia' ou na Embaixada dos Estados Unidos" |
Nenhum comentário:
Postar um comentário