A Ferrovia Norte-Sul
significa uma espinha dorsal logística para o Brasil, sendo um projeto que
interliga as regiões produtivas e os portos do país de norte a sul. Seu
principal objetivo é otimizar o transporte de cargas, especialmente do agronegócio
e minérios, reduzindo custos e impulsionando a economia ao conectar os estados
do norte ao sul.
A partir da implantação desse
novo trecho ligando a cidade de Açailândia no Maranhão à Barcarena no Pará,
prevista para próximo ano, vai alavancar o desenvolvimento de muitas outras
cidades, como Itinga do Maranhão e mais 10 outros municípios localizados no
Estado do Pará.
O governo federal já concluiu o
estudo de viabilidade técnica e ambiental que define o traçado final da
Ferrovia Norte-Sul entre Açailândia (MA) e Barcarena (PA), um dos projetos mais
aguardados pelo setor logístico e portuário da Região Norte.
A nova rota pretende criar um
corredor ferroviário independente da Estrada de Ferro Carajás (EFC), controlada
pela Vale, e ampliar o escoamento de grãos, minérios e combustíveis até o
complexo portuário de Vila do Conde.
A minuta do edital da concessão
será enviada ao Tribunal de Contas da União (TCU) nos próximos meses, e o
leilão está previsto para 2026, segundo o Ministério dos Transportes.
O novo trecho da Norte-Sul terá
535 quilômetros de extensão, cortando 12 municípios, dois no Maranhão
(Açailândia e Itinga) e dez no Pará, incluindo Dom Eliseu, Paragominas,
Tomé-Açu, Tailândia, Moju, Abaetetuba e Barcarena. A escolha considerou o
trajeto economicamente mais viável e com menor impacto ambiental.
O ramo existente hoje é a única
rota ferroviária disponível para levar cargas até os portos da região Norte,
especialmente o de Itaqui, em São Luís (MA). Toda carga que chega a Açailândia,
portanto, só tem a opção de pagar à Vale para utilizar o trajeto —uma
disponibilidade restrita, dado o volume de minério que a empresa trafega em
seus 997 km de trilhos.
A avaliação é que a nova ferrovia
abre mais uma rota de exportação para grãos, celulose, combustíveis e
minérios, sem depender exclusivamente da concessão controlada pela Vale.
“O trecho em estudo visa a dar
continuidade e viabilizar a interligação ao complexo portuário de Vila do Conde
[em Barcarena, no Pará] e a independência em relação à EFC [Estrada de Ferro
Carajás] para o escoamento até os portos”, afirma o documento.
Os novos estudos da Norte-Sul
fizeram a análise de três possíveis rotas para cruzar o Pará e apontaram para
uma delas como a mais viável, do ponto de vista econômico e de menor impacto
ambiental.
O traçado selecionado prevê 535
quilômetros de extensão e no percurso, a ferrovia cruzará 36 rios e igarapés,
além de cortar dez rodovias, o que exige a construção de pontes e viadutos. O
traçado, considerou, ainda, o cenário mais plano. Cerca de 95% do trajeto tem
declive inferior a 6%, um dado relevante para ferrovias, já que isso significa
menor esforço de tração, baixo consumo de combustível e, portanto, menos custos
de operação.
Nos cálculos do relatório, o novo
traçado tem potencial de movimentar R$ 8,5 bilhões por ano em riquezas para
produtores agrícolas, mineradoras, indústrias, governos estaduais e municipais
e a população em geral, por meio de geração de empregos e prestação de
serviços.
A escolha do trajeto também levou
em conta a menor área de obstáculo fundiário. O traçado implica na
desapropriação de 22,3 km² de terrenos. Desse total, 22 km² estão em áreas
rurais de uso agrícola, pecuário ou geral. O custo estimado para essas desapropriações
é de R$ 434,1 milhões.
Hoje, a Norte-Sul funciona a
partir de seu tramo norte, que liga Açailândia a Porto Nacional (Tocantins) e
tem cerca de 720 km de extensão. Esse trecho é operado pela VLI Logística, que
usa a ferrovia para o transporte de grãos, minérios e combustíveis.
Esse novo trecho coloca a cidade
de Açailândia em um eixo principal de rotas de transportes de produção agrícola,
de minérios e uma área apropriada para instalação de novas indústrias,
transformando a “cidade do ferro”, em um celeiro de empregos e desenvolvimento
sustentável.
ASCOM-PMA
Com informações
da Revista Ferroviária
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