quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Novo trecho da Ferrovia Norte-Sul com base em Açailândia vai transformar a cidade em um eixo central de emprego e renda

 


A Ferrovia Norte-Sul significa uma espinha dorsal logística para o Brasil, sendo um projeto que interliga as regiões produtivas e os portos do país de norte a sul. Seu principal objetivo é otimizar o transporte de cargas, especialmente do agronegócio e minérios, reduzindo custos e impulsionando a economia ao conectar os estados do norte ao sul.

A partir da implantação desse novo trecho ligando a cidade de Açailândia no Maranhão à Barcarena no Pará, prevista para próximo ano, vai alavancar o desenvolvimento de muitas outras cidades, como Itinga do Maranhão e mais 10 outros municípios localizados no Estado do Pará.

O governo federal já concluiu o estudo de viabilidade técnica e ambiental que define o traçado final da Ferrovia Norte-Sul entre Açailândia (MA) e Barcarena (PA), um dos projetos mais aguardados pelo setor logístico e portuário da Região Norte.

A nova rota pretende criar um corredor ferroviário independente da Estrada de Ferro Carajás (EFC), controlada pela Vale, e ampliar o escoamento de grãos, minérios e combustíveis até o complexo portuário de Vila do Conde.

A minuta do edital da concessão será enviada ao Tribunal de Contas da União (TCU) nos próximos meses, e o leilão está previsto para 2026, segundo o Ministério dos Transportes.

O novo trecho da Norte-Sul terá 535 quilômetros de extensão, cortando 12 municípios, dois no Maranhão (Açailândia e Itinga) e dez no Pará, incluindo Dom Eliseu, Paragominas, Tomé-Açu, Tailândia, Moju, Abaetetuba e Barcarena. A escolha considerou o trajeto economicamente mais viável e com menor impacto ambiental.

O ramo existente hoje é a única rota ferroviária disponível para levar cargas até os portos da região Norte, especialmente o de Itaqui, em São Luís (MA). Toda carga que chega a Açailândia, portanto, só tem a opção de pagar à Vale para utilizar o trajeto —uma disponibilidade restrita, dado o volume de minério que a empresa trafega em seus 997 km de trilhos.

A avaliação é que a nova ferrovia abre mais uma rota de exportação para grãos, celulose, combustíveis e minérios, sem depender exclusivamente da concessão controlada pela Vale.

“O trecho em estudo visa a dar continuidade e viabilizar a interligação ao complexo portuário de Vila do Conde [em Barcarena, no Pará] e a independência em relação à EFC [Estrada de Ferro Carajás] para o escoamento até os portos”, afirma o documento.

Os novos estudos da Norte-Sul fizeram a análise de três possíveis rotas para cruzar o Pará e apontaram para uma delas como a mais viável, do ponto de vista econômico e de menor impacto ambiental.

O traçado selecionado prevê 535 quilômetros de extensão e no percurso, a ferrovia cruzará 36 rios e igarapés, além de cortar dez rodovias, o que exige a construção de pontes e viadutos. O traçado, considerou, ainda, o cenário mais plano. Cerca de 95% do trajeto tem declive inferior a 6%, um dado relevante para ferrovias, já que isso significa menor esforço de tração, baixo consumo de combustível e, portanto, menos custos de operação.

Nos cálculos do relatório, o novo traçado tem potencial de movimentar R$ 8,5 bilhões por ano em riquezas para produtores agrícolas, mineradoras, indústrias, governos estaduais e municipais e a população em geral, por meio de geração de empregos e prestação de serviços.

A escolha do trajeto também levou em conta a menor área de obstáculo fundiário. O traçado implica na desapropriação de 22,3 km² de terrenos. Desse total, 22 km² estão em áreas rurais de uso agrícola, pecuário ou geral. O custo estimado para essas desapropriações é de R$ 434,1 milhões.

Hoje, a Norte-Sul funciona a partir de seu tramo norte, que liga Açailândia a Porto Nacional (Tocantins) e tem cerca de 720 km de extensão. Esse trecho é operado pela VLI Logística, que usa a ferrovia para o transporte de grãos, minérios e combustíveis.

Esse novo trecho coloca a cidade de Açailândia em um eixo principal de rotas de transportes de produção agrícola, de minérios e uma área apropriada para instalação de novas indústrias, transformando a “cidade do ferro”, em um celeiro de empregos e desenvolvimento sustentável.

ASCOM-PMA

Com informações da Revista Ferroviária



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