segunda-feira, 1 de junho de 2009

DEU NO FANTÁSTICO
Mãe agencia programa e oferece vender filha menor por R$ 500 no Pará

Uma mãe foi flagrada agenciando programas para a própria filha, menor de idade, em troca de "quatro cervejas" e oferecendo vender a menina por R$ 500. Os crimes foram registrados pela reportagem do "Fantástico" domingo (31) na pequena Portel, cidade do Pará isolada a 18 horas de barco de Belém, onde a prostituição de menores ocorre livremente nas ruas.

Usando uma câmera escondida, a reportagem foi em busca dos aliciadores que fazem o contato entre os interessados e as famílias. Na tabela da exploração sexual de menores, a noite com uma virgem pode custar R$ 1 mil. Geralmente tudo é feito com conhecimento dos pais.

Programa por cerveja
Edina dos Santos Balieiro, a mãe que pediu R$ 500 pela filha, é dona de um bar em Portel. A reportagem simula primeiro interesse num programa com a adolescente de 17 anos.
A mãe aceita negociar:
Repórter - “Quer alguma coisa aí?”
Mãe - “Deixa quatro cervejas aí pra mim beber..”
Repórter - “Quantas?”
Mãe - “Quatro.”

A menina acompanha tudo de perto sem interferir.

“Você acha que eu vou dar minha filha por R$ 10, é?”, diz a mãe, pegando os R$ 10 da mão do suposto cliente. “É louco, é?”, diz ela enquanto amassa o dinheiro com a mão e guarda.
Apesar do que diz, a mãe fica, sim, com o dinheiro para comprar as cervejas. E a menina chega a entrar num táxi. O repórter revela então que não vai haver programa. E a jovem é levada de volta pra casa.

No dia seguinte, a reportagem voltou ao bar e simulou interesse não apenas em um programa mas em comprar a jovem. O repórter deixa claras suas supostas intenções: levar a moça, e fazer com ela o que quiser.

Antes do acerto, a mãe faz uma única exigência: “Pode viajar. Pode ir. Ela... só quero um número de telefone pra ligar. Ela me ligar”.

No dia seguinte, Edina fala qual é o preço para entregar a filha:

Repórter - “Aquela nossa conversa tá de pé, não tá?”
Mãe - “Tá”.
Repórter - “A senhora falou pra ela e ela falou o que?”
Mãe - “Eu tenho coragem de ir, mamãe”.
Repórter - “Ela tem coragem?”
Mãe - “Tem. Chega lá, fala: “vim te buscar pra gente viajar”.
Repórter - “Mas quanto? Quinhentos, mil, duzentos?
Mãe - “Ah, não sei... cê que sabe”.
Repórter - “R$ 500?”
Mãe - “Talvez, né? Tô ouvindo... Cê que sabe”.

Na hora de fechar a negociação da compra da jovem, Edina define o preço da filha:
Repórter - “A senhora acha que quanto fica bom pra senhora”?
Mãe - “Aquilo que cê tinha me falado da outra vez”.
Repórter - “Quanto”?
Mãe - “O que cê me falou tá bom”.
Repórter - “Quanto? R$ 500?”
Mãe - “R$ 500 tá bom pra mim”.
Repórter - “R$ 500, né?” Mãe - “É”.
A reportagem não chega a concretizar o negócio e diz a Edina que voltaria com o pagamento depois.

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