sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Conflito entre mototaxistas é discutido na Câmara

Conflito entre mototaxistas é discutido na Câmara
Wener Moraes
Assessor de Imprensa
Açailândia – Na sessão de ontem (13), os vereadores de Açailândia discutiram a situação de conflito que se instalou no município entre os mototaxistas que trabalham legalmente, ou seja, mediante a concessão de alvarás, e aqueles que trabalham de forma clandestina, popularmente conhecidos como furões.

Esta semana, mototaxistas da primeira situação realizaram um verdadeiro arrastão pela cidade, promovendo confrontos que resultaram em invasão de um local apontado como base de confecção para coletes destinados aos furões, além de rasgarem coletes dos seus concorrentes. O caso foi repudiado pela Polícia Militar e pelo Departamento Municipal de Trânsito.
Na Câmara, a questão ecoou mais alto, onde os vereadores mostraram-se indignados com o ato dos sindicalizados, que, para os edis, demonstra desrespeito às instituições e à lei. Para o vereador Alexsandro Bebezão (PHS), as questões não se resolvem da maneira adotada pelos mototaxistas. “Eu até compreendo a situação dos mototaxistas, no entanto não se resolve as coisas com violência e agressão. Eu analiso a situação que gerou este conflito e até compreendo a demanda, mas a forma adotada para buscar uma solução para o caso é inadmissível”, disse.

Bebezão informou, inclusive, que havia pensado em defender na Casa a criação de novas vagas para o setor, mas foi informado pela assessoria da prefeitura que o processo de licitação para o transporte coletivo será aberto nas próximas semanas. “Então, recuei da minha decisão para discutir melhor o assunto”, explicou.

Outro vereador que se manifestou sobre o assunto foi Júnior “Meu Garoto” (PSL). Ele, com maior identidade com a classe, pois já trabalhava junto aos mototaxistas muito antes de eleito, afirmou que estava perplexo com a ação dos profissionais. Júnior afirmou sempre esteve ao lodo dos mototaxistas e que nunca os viu agir dessa forma. “Eu fiquei muito constrangido com essa situação, porque nunca vi os mototaxistas agirem dessa forma. A agressão não leva a nada, pelo contrário, violência só gera violência e toda a conquista deve ser obtida através do diálogo”, orientou Júnior.
“Meu Garoto” lembrou que a profissão de mototáxi foi apenas regulamentada no mês de julho, com a sanção presidencial, e que neste espaço de tempo ainda há a necessidade de regulamentação e adequação da lei por parte dos municípios. “A questão já esteve muito mais longe, agora avançou bastante. Por que, então, não ter um pouco mais de paciência e buscar resolver a questão de forma consciente, democrática e dentro da legalidade?”, interrogou o vereador.

“Os clandestinos são pais de família que buscam o sustento dos seus, por isso não podem ser tratados como marginais, mas nós temos que observar que a legalidade da profissão segue agora. Então, temos que buscar o entendimento e não agir de forma agressiva”, assim o vereador Juscelino Oliveira (PSDC) analisou a questão.

Juscelino lembrou que, se há a atuação de pessoas fora da lei, o que os mototaxistas deveriam ter feito era buscar o poder público para encontrar uma solução e não ter partido para a guerra. “Tem o DMT, tem a Câmara, a Prefeitura e deve-se buscar essas instituições e órgãos. Agir como os mototaxistas agiram é simplesmente inadmissível”, condenou. Juscelino solicitou ainda a formação de uma comissão da Câmara para tratar da questão junto aos mototaxistas e à Prefeitura.
O vereador Canela (PSB) abriu um parêntese em seu discurso, já que falava sobre segurança pública, para destacar a ação dos mototaxistas. Ele classificou a ação como um ato de selvageria. “Há a necessidade urgente de se reunir para discutir a questão e buscar uma solução”, alertou.

No encerramento da sessão, o presidente da Casa, vereador Hélio Santos (PSDB), foi incisivo ao condenar a ação dos mototaxistas. Ele disse que o ato foi um desrespeito às instituições e ao cidadão. “Reivindicar seus direitos é correto, mas dessa forma, promovendo arruaça, atacando, invadindo, isso não se pode admitir. É lastimável e Açailândia não suporta ações desse tipo”, criticou.

Hélio disse ainda que a Comissão de Transporte da Casa deverá reunir-se com o Executivo e o sindicato dos mototaxistas, assim como com a associação dos clandestinos, para discutir a situação. “Nós não estamos aqui para defender nenhum lado, nossa defesa é ao cidadão e à ordem pública, por isso temos que sentar e conversar para buscar uma solução. Agindo desta forma como ocorreu, não se chegará em nenhum lugar”, atestou.

Hélio Santos disse também que solicitou à assessoria jurídica da Câmara uma análise completa da lei federal que regulamenta a profissão de mototaxista e motoboy, para que possa trabalhar de forma mais eficaz a questão. “Nós vamos analisar bem essa lei, ver o que compete à Câmara para sua regulamentação, mas também vamos cobrar para que os mototaxistas que estão em atuação regular estejam cumprindo o que determina a lei, sob passividade às devidas penalidades”, garantiu o presidente.
Para encerrar, o presidente afirmou ainda que, se for necessário e dentro da legalidade, a Casa autorizará o aumento de alvarás para mototáxi. “Nós vamos fazer o que a lei determinar, porque é assim que se age, com a lei, com o bom senso e com prudência. Não é com atos como o cometido por alguns mototaxistas que as situações se resolvem”, fechou Hélio Santos.

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