Deu no Blog do Freire: Dia do Jornalismo, comemoramos com mordaça na voz da Liberdade.

Açailândia - Nesta quarta feira dia 7 comemora-se o dia do jornalismo, em outros lugares a data é motivo de festa, mais aqui na terra do ferro não é bem assim.

Ser jornalista ou qualquer outro tipo de informante da sociedade aqui é operação de risco. Lamentamos essa “desgraça” social. Ao invés de nos juntar para comemorar, somos obrigados a nos esconder debaixo da asa de uma velha galinha administrativa e comer somente das migalhas que ela nos oferece. Quem resolve ser livre e atuar na forma correta que manda a regência comunicativa, se depara com muralhas que os impede de fazer o papel informativo.

Um coronel diz: “Se tu num fazê o que eu to quereno, tu vai ficá de fora da brincadeira”.

Ouvimos isso todo dia, nossos ouvidos e olhos já estão se cansando de ouvir coisas do tipo, “somos um pais livre e justo”, liberdade e justiça andou longe de nós, pelo menos aqui é o que se pode constatar. A constituição dá direitos a quem rouba merenda de crianças e mata recém nascidos, mais nega estes mesmos direitos a quem tem o dever de informar.

Tenho liberdade aqui no blog, mais em outro lugar que trabalho, nem penso nisso, sou refém do sistema.

Neste momento me solidarizo com o colega Wilton Lima que foi executado sem direito a defesa do seu posto de apresentador do programa radio cidadão na Rádio Marconi. O fato aconteceu depois de seguidas pressões da administração municipal aos diretores da rádio que não segurou a pressão e também ficou do lado do poder e não do povo. O cheque mate veio quando a prefeitura ameaçou cancelar o contrato com a Radio se não tirasse o apresentador do ar.

Como acontece na maior parte dos meios de comunicação da cidade a dependência dos contratos parciais falou mais alto, isso é o retrato da falta de empenho em buscar auto sustento para as emissoras. Por isso eles ficam dependentes das administrações e se esquecem do verdadeiro papel da comunicação que é de levar informações parciais ao povo.

Mais as prisões financeiras e as mazelas do desrespeito oprimem os que ousam ser livres como o apresentador Wilton Lima.

Agradecemos neste dia especial (dia do jornalismo), aos donos e diretores de emissoras que valorizam mais seus milionários contratos do que a credibilidade dos profissionais e a vontade popular de ter informações imparciais sobre os acontecimentos. Por causa de coisas assim é que nós temos perdido e vamos continuar perdendo bons profissionais para outros municípios.

Vamos aqui citar alguns:

Jorge Quadros é um grande jornalista, e foi obrigado a ir embora por que a administração colocou uma mordaça em sua boca.

Roseane Vicentine sentiu a desvalorização na pele, hoje está em Imperatriz depois de passar alguns anos em Araguaina no Tocantins, é valorizada e nem pensa em trabalhar nesta área aqui na cidade.

Weverton Braçale defendeu o prefeito Ildemar em suas campanhas, mais nem isso fez com que ele tivesse alguma valorização, trabalhou muitos anos em Teresina na sucesso publicidade, ele está de volta e está tentando se firmar com um novo programa na TV difusora.

Sem falar nos outros inúmeros profissionais que passaram pelo mesmo problema e foram obrigados a procurar estabilidade e valorização em outras praças.

E agora quem está sofrendo o mesmo é o apresentador Wilton Lima que foi caçado como animal e colocado para fora do exercício de suas funções, sendo obrigado a deixar de lado sua grande paixão, a informação através de radio e TV, o autor do ato, o prefeito Ildemar e assessores que mesmo dizendo que tem experiência na política, não sabem lhe dar com oposição.

Esperamos que um dia as nossas emissoras tenham vida própria e entendam que um bom trabalho determina o sustento de qualquer emissora sem depender de contratos escravos com administrações que não tem o menor compromisso com a sociedade e sim com os próprios interesses. A dependência destes contratos só evidencia a falência da nossa comunicação, é uma pena, enquanto isso as andorinhas estão voando para buscar liberdade de vôo em outros céus menos poluídos pela ditadura financiada com o nosso próprio dinheiro.

Espero que pelo menos me dêem o direito de ter um caixão de luxo para não passar apertos na sepultura da escravidão.

Fonte: noticiasdofreire.blogspot.com