O direito à informação (ou a liberdade de imprensa)
* Por Anfrízio Menezes
Já quase plenamente superado (e para muitos esquecido) o processo eleitoral deste ano, ainda me encontro satisfatoriamente “ressacado” pelo “passeio cultural” que me foi estimulado por um palestra proferida pelo Desembargador Paulo Velten (caprichosamente emoldurada pelas intervenções do Advogado e Professor Miguel Daladier).
O “roteiro” do meu “passeio”? Ah sim, ia esquecendo!
Foi o tema indicado para o evento (promovido por uma Instituição de Ensino Superior no mês passado), muito bem explorado pelo palestrante, pelos debatedores e pela própria platéia (lá estando este metidinho a escriba): “DEMOCRACIA E LIBERDADE DE IMPRENSA”.
Pois bem. Além das revisões às aulas de História do Direito e Direito Constitucional, trouxe na “bagagem” a história (verídica!) abaixo reproduzida.
Nos anos setenta, o então presidente dos EUA, Richard Nixon, mandou instalar escutas clandestinas no comitê central de campanha dos seus adversários democratas. Ele tomava conhecimento de todos os passos dos seus oponentes durante a campanha presidencial de 1972, na qual disputou a reeleição.
O escândalo ficou conhecido como "caso Watergate".
Nixon conseguiu se reeleger e dois repórteres de uma publicação local começaram a fazer uma série de reportagens mostrando a irregularidade praticada pelo homem mais poderoso do mundo. Os profissionais de imprensa se viram perseguidos em diversas oportunidades, mas mesmo assim decidiram prosseguir na cruzada pelo estabelecimento da verdade.
A editora do jornal os procurou e perguntou para eles por que os demais veículos de comunicação não estavam dando a menor importância para aquele fato. Segundo ela, os dois profissionais deveriam analisar a possibilidade da informação não ser verdadeira. Mas a dupla insistiu e retrucou alegando que tinha fonte confiável.
Passadas quase 03 décadas, sabe-se, hoje, que a tal “fonte” apelidada de "Garganta Profunda" era ninguém menos que a segunda pessoa na hierarquia do FBI (a polícia federal americana).
Bob Woodward e Carl Bernstein (os dois repórteres do jornal “Washington Post”) investigaram aquele caso, e durante muitos meses estabeleceram as ligações entre a Casa Branca e o assalto ao edifício de Watergate.
Eles foram informados de que o presidente não apenas tinha pleno conhecimento de toda a movimentação. Foi ele, também, quem determinou todos os seus procedimentos operacionais.
Nixon, ao fim, renunciou. E com isso ficou provado, para o mundo todo, que a imprensa livre tem muita força sim senhor!
Outros fatos aconteceram ao longo da história mundial. Mas nenhum deles revelou com tanta fidelidade a força da imprensa numa sociedade democrática.
Jornalistas também foram determinantes em países controlados por ditaduras. Infelizmente, não tiveram a mesma sorte e alguns deles até acabaram assassinados.
Em nosso país, historicamente, isso tem acontecido nos chamados "grotões", onde os donos do poder (prefeitos, coronéis... governantes e representantes públicos) não aceitam contestações.
Eles querem ser absolutos. Tentam responsabilizar a imprensa por um suposto golpe que estaria em marcha contra os seus projetos e ações de interesse da coletividade.
Não procede! A imprensa repercute fatos... Situações provocadas pelos próprios detentores e gozadores privilegiados do poder.
Na mais estreita e paupérrima capacidade de observação deste cronistinha de pouca tinta que vos escreve, creio que não existe, da parte da mídia regular e responsável, nenhuma criação de histórias (nem estórias) para incriminar quem quer que seja.
Creio, repito, que tudo o que há são jornalistas profissionais a serviço de empresas de comunicação que se movimentam em busca de informações. Informações ansiosa e legalmente esperadas pelos leitores-cidadãos cumpridores de suas obrigações (e, por conseguinte, merecedores da prestação de contas por parte de seus governantes e representantes eleitos).
Se as informações e os fatos ferem os que nos devem explicações, não importa. Devem ser, sim, responsavelmente publicados.
A sociedade tem DIREITO À INFORMAÇÃO! E a Carta Magna deste País assegura a LIBERDADE DE IMPRENSA!
Comentário do Blog: Açailândia vive a pior crise institucional do cerceamento a liberdade de Imprensa da história, comandada por Ildemar Gonçalves e sua patota. Aqui simplesmente a história se repete, como as que acontecem em outros grotões – não sabemos qual será o final desta história, pois Açailândia também tem os seus Bob Woodward e Carl Bernstein (os dois repórteres do jornal “Washington Post”) - se Ildemar será pego pela Polícia Federal, ou se morreremos, é importante estarmos preparados!
Wilton Lima.
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