quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Deu no Língua Grande: Deflagrada Greve no setor Siderúrgico de Açailândia

greve viena Açailândia – Ontem (15) pela manhã, por volta de oito horas, os donos dos meios de produção do ferro gusa, especificamente a Viena Siderúrgica, foram surpreendidos pela atitude corajosa dos trabalhadores da empresa, os quais resolveram fazer greve, praticamente parando os altos fornos da Viena.

Vale lembrar que os trabalhadores são filiados ao STIMA - Sindicatos dos Trabalhadores nas Indústrias do Ferro Gusa do Maranhão, liderado pelos jovens Jales Adelino e Samuel Nascimento, que durante um período de dez dias, tentaram negociar com os patrões vienenses, um reajuste salarial de 35%, sendo ignorada várias vezes pelos homens de capacete branco, razão pela qual, os trabalhadores fizeram uso de um instrumento garantido pela Constituição Federal, a grave, para chamar a atenção dos patrões.

Segundo Jales Adelino a principal reivindicação dos trabalhadores é o reajuste dos salários dos trabalhadores em 35%, em função da defasagem do salário mínimo nesses dois últimos anos, como também pelo prejuízo que os trabalhadores tiveram, quando os patrões do aço, resolveram mudar a escala de trabalho, que era de oito horas, para seis horas. Essa mudança fez com que os patrões perdessem duas horas extras que realizavam todos os dias, provocando assim queda em seus salários.

A manifestação a princípio foi exaltada, os trabalhadores colocaram fogo em cerca de dez de pneus velho, interditando assim, a estrada que leva até ao portão das Fábricas Viena, Fergumar e ACIARIA. Motivo suficiente para que os patrões recuassem chamando Jales e Samuel, representantes do STIMA para dialogarem.

A conversa durou uns 50 minutos e os patrões ficaram de analisar a proposta dos trabalhadores e marcaram outra reunião paras às 15h no auditório do SEBRAE.

Jales Adelino, após a reunião, conversou com os grevistas reiterando o posicionamento dos trabalhadores, ou seja, continuarem em greve. Jales cobrou ânimo dos trabalhadores dizendo: "Não fiquem com medo, pois se alguém tiver que ser demitido, será os trabalhadores que não aderiram à greve".

A manifestação teve o apoio da Igreja Católica do Pequiá, comunidade São João Batista, representada pelo Padre Dário, que se solidarizou com a situação dos trabalhadores. Padre Dário é um grande ativista da nossa cidade que luta pela comunidade do Pequiá de Baixo, cerca de trezentas famílias, que vivem em situação extrema, provocada pela poluição advinda das siderúrgicas.

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