* Por Anfrízio Meneses
Comumente, costumo ser mais pessimista do que otimista.
A desacreditar, ou no limite, a estar sempre em atitude de eterna desconfiança em relação a tudo e a todos.
Desta vez, no entanto, tenho que dar minha mão à palmatória. Ou seria ainda cedo demais para comemorar a vitória do povo no último dia 7?
Sim. Foi lindo demais!
Ainda considero temerário fazer grandes análises e prognósticos sobre o panorama político do momento atual, nem sou expert no assunto para me aventurar a dizer abobrinhas... Mas que representou, sob o meu modesto ponto de vista, uma grande vitória do povo... Disso, eu não tenho dúvidas!
Em primeiríssimo lugar, mostramos que ainda somos massa de manobra. Mas estamos,a cada dia, adquirindo forma e nos tornando menos maleáveis nas mãos de coronéis e outras patentes mais.
Aos poucos nos fazemos mais independentes, aprendendo a pensar por nós mesmos, usando de discernimento próprio na hora de realizar escolhas.
Votar com consciência é um longo aprendizado e exige exercício constante da democracia.
É certo que ainda temos muito que praticar. É certo que a ignorância ainda impera e que as velhas artimanhas dos políticos profissionais, sempre truculentos na hora de alterar as regras do jogo em seu favor (especialmente quando ameaçados pela perspectiva de perderem mandatos ou não alcançarem os votos necessários para se elegerem), ainda se revelam bastante eficientes no empenho de fazer a cabeça da moçada.
Mas esta historia de que o povo vota em quem seu mestre manda já era. E aquela velha ideia de confundir o eleitor com a ultrapassada “maria vai com as outras”, também já era!
É preciso ficar claro que o voto é de livre decisão. Que cada um tem o direito de votar segundo sua própria consciência e expectativa (seja esta a melhor para a sociedade ou não).
Não importa a escolha, mas sim o fato de que o voto foi livremente decidido e não resultado de compra, de aliciamento por pressão ou obediência cega (nem crença ingênua em mentirada de campanha).
Outros grandes vencedores que emergiram das urnas, mesmo sem “levar a taça”, foram a serenidade e o amadurecimento político. Quietinhos, frágeis, meigos, indefesos... Extremamente “na deles”, fizeram a sua parte, deramo seu recado na maciota e conquistaram, do nada, o papel de defensores de uma postura ética que há muito tempo não se via. Saíram de lá de trás e vieram“comendo pelas beiradas”... E acabaram fazendo um baita estrago em candidaturas já dadas como ganhas.
Juntos, a serenidade e o amadurecimento político (aliados à consciência do povo) mostraram que campanha eleitoral não precisa de baixaria, de mentirase nem de agressividade para crescer.
Com singeleza, tranquilidade e frieza... Esses dois importantes “ingredientes”souberam se posicionar em relação aos diferentes temas que, de fato, atualmente interessam à sociedade (e ao eleitor).E o que muitos marqueteiros, analistas e financiadores de campanhas não foram capazesde fazer, a serenidade e o amadurecimento político conseguiram: conquistaram o voto dos jovens, dos velhos, dos trabalhadores... Da massa.
Tudo isso já é uma grande esperança para que, quem sabe em pleitos futuros, possamos realizar a renovação política que tanto almejamos... E que o país merece.
Valeu serenidade. Valeu amadurecimento político.
*Anfrízio Menezes é advogado.
Um comentário:
E o que vc diz dos votos dos evangélicos? Mas tenho que parabenizar pela estratégia de utilizar os pastores para aliená-los mais ainda.
Voto consciente no meu ponto de vista é quando se vota fazendo análise do que vem a ser melhor para a comunidade. E votar em pessoas despreparadas ou que já demonstraram não saber administrar não é nem de longe voto consciente, ou amadurecimento político. Mas temos a esperança que os que foram eleitos administrem para o povo e de utilizem o dinheiro do povo responsável, inclusive aquele que apoiaram com intenção de um cargo ou outro benefício no poder publico municipal.
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