Ao optar por afastar-se do processo político do Maranhão e deixar o governo antes do tempo, ex-governadora isolou-se politicamente, e, agora, tenta retornar ao front, mas enfrenta dificuldades de ambientação com os novos cenários
Com forte carisma, Roseana ainda é vista como popstar por onde passa
A ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) é o maior cacife eleitoral que o seu grupo político ainda dispõe no Maranhão.
Mas ela está fora de contexto, de tempo e de espaço. E por opção própria.
Roseana poderia estar no debate sobre o Maranhão de Flávio Dino (PCdoB) e o Maranhão que ela deixou. Mas preferiu isolar-se, sem qualquer participação pública nestes nove meses de mandato do comunista.
Ninguém, apenas ela, teria capacidade de mostrar a comparação do que o Maranhão tinha e o que tem hoje, nove meses depois de o comunista assumir o poder.
A “Branca” poderia também estar no debate sobre a gestão de Edivaldo Holanda na capital maranhense – onde, historicamente, foi a melhor prefeita de todos os tempos, mesmo sem nunca ter exercido o mandato.
Mas também isolou-se deste contexto, rechaçando, inclusive, o envolvimento de seu nome em pesquisas e cogitações sobre as candidaturas em 2016.
Fora do debate, ex-governadora abre mão da força eleitoral
O problema de Roseana como liderança, é que ela se habituou a ganhar, a disputar apenas com a certeza de vencer. E precisa entrar na fase também de correr riscos, arriscar-se a ser derrotada.
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Agora, ela quer voltar, quer discutir as questões no front partidário.
Mas, anda timidamente neste cenário, não consegue se impor no próprio partido, o PMDB, que vive intensa crise entre lideranças.
Roseana Sarney parece desambientada da Política.
De todos os nomes que hoje poderiam liderar a oposição ao governo Flávio Dino, ela seria a mais legitimada, pela própria obra que construiu no Maranhão.
Mas optou por “espairecer” fora do estado, isolando-se de tudo e de todos.
Se a ex-governadora sonha em colocar-se como protagonista nas eleições de 2018, é preciso que debata também a São Luís de 2016.
E neste debate precisa ser linha de frente, sem tergiversar, tomando uma opção e debatendo suas teses sobre a cidade cara a cara com o povo – seja como protagonista, seja como madrinha de um candidato.
Ninguém pode defender o legado de Roseana como a própria Roseana.
Mas ela precisa estar na planície para fazer o contraponto – por que são outros, agora, os donos do poder.
As batalhas são feitas de vitórias, mas também de derrotas.
E perder, às vezes, também é ganhar…
Fonte: Marcos D’Éça.
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