Sem recursos para investir
na segurança e na alegria dos foliões, cidades de todo o País cancelam o
carnaval. No Rio de Janeiro, escolas de samba perdem 40% da receita e 55 blocos
deixam de sair por falta de patrocínio. O brilho da festa vai depender de muita
criatividade — e do dinheiro dos turistas
O presidente da Empresa
Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, recebeu a missão da prefeitura de
cortar 10% dos custos totais do carnaval da capital baiana, um dos maiores do
País, “sem prejudicar a qualidade.” O jeito foi “negociar com os fornecedores,
congelar cachês, renegociar contratos.”
As Escolas de Samba do Rio
também cortaram. A Mocidade Independente de Padre Miguel e a União da Ilha
acabaram com seus ensaios-show. “Entendo a forte crise financeira que assola o
país. Não posso mais conviver com esse tipo de situação: abrir a quadra, o que
não é barato, e não vê-la cheia”, disse o presidente da União da Ilha, Ney
Filardi. “Apesar da recessão, será um dos mais belos carnavais graças à
criatividade”, afirma Jorge Castanheiras, presidente da Liga das Escolas de
Samba do Rio de Janeiro (Liesa). Segundo dados da entidade, a captação de
recursos das escolas caiu 40% na comparação com 2015.
“NA RAÇA”
A crise também está
impedindo muitos blocos de ir para a rua. Apenas no Rio de Janeiro, 55 deles
deixarão de sair este ano por falta de patrocínio. “Se o apoio já era difícil
para agremiações com menos visibilidade, agora ficou impossível: a crise virou
desculpa para dizerem que não podem, não têm. Mas carnaval para nós não é
negócio, é alegria. Isso não mudará”, diz Rita Fernandes, presidente da
Sebastiana, a associação de blocos cariocas.
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