Nas redes sociais, nos bares
e almoços familiares, os corintianos fazem explodir o que meu amigo Luis André
Umtiti chama de complexo de povo escolhido. O povo eleito por Deus, sofrido.
Perseguido por tudo e por todos. Os que sofrem sempre, os que são
apedrejados e, que na ausência de um Moisés ou um Josias, sofrem na mão
dos filisteus que usavam preto e que agora fazem propaganda nas costas.
Os garotos do Coronel
Marinho, o grande culpado dessa bagunça toda. Eles, os corintianos, não
conseguem aceitar um fato simples: o gol de Jô foi com o braço. Foi um gol que
deveria ser anulado. Foi um gol que mudou o resultado do jogo. Tão simples. A
culpa não é do Jô, é do árbitro ruim e é do auxiliar que estava pensando na
morte da bezerra. Não, isso não pode.
Afinal, o povo de Deus nunca
é ajudado. Até aceitam o erro, mas buscam a relativização. Só pode falar desse
erro, quem falou do gol anulado contra o Flamengo, com mais de três metros.
Todo mundo falou, camarada.
Todo mundo. Que besteira é
essa, de dizer que não foi falado? E todo mundo falou do pênalti no Jô e todo
mundo falou no gol anulado em Curitiba. Se não foi falado, como sabem que foi um
impedimento de três metros, 28 centímetros e 12 milímetros? Sabem porque a
televisão mostrou.
Então, foi falado. E o erro
foi criticado. Como outros que prejudicaram o Corinthians. Como outros que
ajudaram o Corinthians.
Então, vamos fazer o
raciocínio inverso ao dos sofridos componentes do povo eleito. Se você não
criticou o erro a favor do Flamengo, não pode criticar agora o erro a favor do
Corinthians (é o que dizem).
Se você criticou o erro do
Flamengo, se mediu o impedimento com treno ou teodolito, então deveria criticar
agora o erro do Elmo, é o que eu digo. Ou vamos relativizar sempre? No próximo
erro contra o Corinthians, devemos lembrar de Fábio Costa? Quando chorarem por
Amarilla, vamos lembrar de Castrilli?
Enquanto todos continuarem
relativizando, o Coronel Marinho continuará fazendo um papel horrível no
comando da arbitragem. Agora, vamos falar de Jô.
Não há nenhuma comparação
entre o lance do gol e o lance em que Rodrigo Caio o livrou do segundo cartão
amarelo. São coisas diferentes.
Eu não sei se Rodrigo Caio
diria que fez um gol com a mão. Tudo leva a crer que sim, mas não tenho
certeza. O lance não aconteceu. São comparações que não cabem.
A comparação que cabe é que
Rodrigo Caio falou a verdade e foi um gigante. Jô falou mentira e foi um anão.
Falou mentiras seguidas.
Disse que foi com o peito. Depois, disse que não sabia. Depois que até o Donald
Trump telefonou para o Nicolás Maduro e os dois concordaram que havia sido
com a mão, ele ainda dizia que não sabia.
Não tem tato, o garoto Jo.
Seu grande erro foi mentir ao dizer que estava tocado pela atitude de Rodrigo
Caio e que ele seria uma inspiração em sua vida.
Agora, não se pode buscar
referências na política nacional para culpar Jô. Ele não tem milhões escondidos
em casa, na cueca ou na mala. Ah, se tivesse a oportunidade, faria o mesmo?
Ninguém sabe.
Quando se iguala tudo no
mesmo balaio, não vamos e chega a lugar nenhum na luta por um país melhor.
Jô, como disse o Antero Greco,
foi um cara de pau.
Não é um criminoso.
Podemos compara-lo com o
cara que à mulher que está trabalhando e foi no estádio. Ou com a mulher que
diz que vai na casa da mãe e foi no basquete. (Eu ia dizer shopping, mas seria
machismo?) O gol de mão foi um golpe.
Não se pode compará-lo com
outros que vivemos e que foram aplaudidos por muita gente que hoje crucifica o
Jô.
Fonte: https://blogdomenon.blogosfera.uol.com.br/2017/09/18/jo-nao-e-criminoso-e-o-tosco-choro-corintiano-e-ridiculo/
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