Chefes do poder Judiciário demonstram insegurança ao se cercar de oficiais do Exército até para dar entrevistas; mas a sociedade civil é responsável por este estado de coisas, ao dar de ombros quando os sinais do autoritarismo começaram a aparecer
Quando o juiz Sérgio Moro, ainda lá atrás, começou a expor seu autoritarismo – com conduções coercitivas ilegais, escutas clandestinas em escritórios de advogados e grampos até no gabinete da presidência – muita gente boa achou normal.
Quando o capitão Jair Bolsonaro (PSL), ainda lá atrás, começou a pregar o fechamento do Supremo Tribunal Federal e a prisão de ministros, muita gente boa dizia ser “apenas bravata” e afirmava que “ele não terá coragem de fazer”.
O tempo avançou na história até chegar a 2018.
E o que se vê nesta reta final de eleições são instituições acuadas, constrangidas e enquadradas por aqueles que podem vir a ser os comandantes do país a partir de 2019.
Quando o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) se cerca de um oficial do Exército como assessor – numa espécie de resposta aos que o criticam por ter sido advogado do PT – ele demonstra fragilidade. (Entenda aqui)
Quando a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se cerca de um oficial do Exército para dar entrevista e rebater falas militares de ameaça à sua própria autoridade, ela demonstra fragilidade.
Os ministros do Supremo, todos eles, demonstram medo das ameaças de Bolsonaros e companhia. A resposta aos ataques refletem a insegurança com os riscos – é como se dissessem o tempo inteiro: “calma, senhores! Muita calma nesta hora!”.
Mas a sociedade brasileira está à beira de uma Ditadura que será implantada no Brasil com Bolsonaro, isso não há dúvida.
Essa dita pode ser mais ou menos dura a depender da reação das instituições.
E ao que parece, o STF e seus ministros estão mais preocupados em proteger-se a si próprios, ainda que precisem, para isso, chancelar – mais uma vez, como ocorreu em 1964 – o regime autoritário no país.
Restaria à sociedade e à imprensa a luta pela liberdade, mas estes dois segmentos também viveram entorpecidos nos últimos anos, pelo sentimento anti-petista manipulado pelos mesmos que o encaminham agora aos calabouços.
Resta ao Brasil apenas uma remota, mas única saída: a eleição de domingo, 28.
É votar pela liberdade ou se preparar para o inferno.
Simples assim…
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