Sempre que surge uma nova plataforma de mídia, os
especialistas se apressam para fazer suas previsões sobre a morte do segmento
mais tradicional. Isso não é privilégio dos dias atuais, em que a tecnologia
reuniu todos os tipos de mídia em um só aparelho.
No início do século passado, tínhamos o monopólio
da imprensa escrita, e com a chegada das rádios populares, muita gente decretou
o fim dos jornais — que ainda estão entre nós. Com a chegada da TV, foram as
rádios que ficaram com os “dias contados”.
Os meios de comunicação se adaptam e se integram às
novas tecnologias cada vez mais. Nesse contexto, os rádios continuam ocupando o
seu espaço como mídia mais democrática e portátil. Pensando nisso, fizemos este
post para tentar explicar um pouco sobre a manutenção da popularidade das
rádios em meio a tantas mudanças. Confira!
As previsões
Após sua implantação, o rádio reinou como principal meio de comunicação de
massa, superando os jornais, e reinou absoluto até a invenção e popularização
da TV. Não demorou muito para os teóricos decretarem também o seu fim, afinal,
a TV trazia uma programação quase idêntica ao rádio, mas com imagens.
Nenhuma das previsões ainda se cumpriu. Mesmo com a
TV assumindo o protagonismo, o rádio continuou forte e crescendo, a imprensa
escrita continua trazendo suas manchetes impactantes e a tecnologia reuniu tudo
em um aparelho só.
Com tantas opções, muita gente ainda não consegue
entender como uma mídia tão simples como o rádio ainda se mantém forte e
renovada. A seguir, traremos algumas hipóteses que explicam isso. Continue
lendo.
A acessibilidade do rádio
O rádio é a mídia mais rápida, eficaz, acessível e
que exige menos fidelização física do usuário, que pode se manter informado sem
interromper suas atividades diárias — pois exige o comprometimento de apenas um
sentido humano, a audição. Está presente nos lares, carros, bolsos, ruas etc.
É a mídia mais democrática, pois se comunica com quem
não sabe ler, com quem não pode enxergar e com todas as classes sociais. Um
aparelho de rádio portátil simples pode ser comprado por um preço muito baixo,
e o sinal é fácil de sintonizar.
Não existe barreira ou segregação. Mesmo que uma
rádio se proponha a fazer uma programação para a classe “A”, ela poderá ser
sintonizada por uma pessoa da classe “E” sem nenhum custo adicional.
A integração com as mídias sociais
As rádios já não produzem conteúdo pensando apenas
no dial — nos aparelhos convencionais de transmissão. O conteúdo é feito para
ser distribuído de diversas maneiras e em várias plataformas. Os ouvintes não
estão mais focados na escolha entre AM ou FM, escuta-se apenas rádio, jornalística ou
musical.
Algumas emissoras transmitem programas ao vivo nas
redes sociais como o Facebook e YouTube, utilizando imagens dos estúdios e
fazendo publicidade com imagens — ampliando as possibilidades comerciais. É um
conteúdo tão versátil que está se tornando audiovisual — os sites dos rádios,
além streaming ao vivo e podcasts, oferecem matérias
escritas e em vídeos.
Sendo o ouvinte hoje também um internauta, ele
apresenta características imersivas adquiridas no novo meio. Participam,
opinam, sugerem, criticam, muito mais do que em outras épocas, e as redes sociais
acabam sendo a principal ferramenta para expressão de ideias.
Os recursos técnicos
O uso do celular agiliza o trabalho do repórter
durante a apuração e transmissão de informações e, internamente, as rádios
ganharam em qualidade com a digitalização. Os materiais são editados com
softwares que conseguem entregar uma qualidade muito maior, eliminando ruídos e
inserindo efeitos mais elaborados.
As tecnologias digitais, em vez de extinguir as
tecnologias mais antigas, ajudaram a melhorar a qualidade delas. Equipamentos
digitais, aproximação com o público e portabilidade
ajudaram as rádios a continuar populares e a ganhar uma nova identidade.
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