Reajuste
ficou pouco abaixo do anunciado na semana passada, do qual a estatal desistiu
após intervenção do presidente Jair Bolsonaro.
O presidente da Petrobras, Roberto
Castello Branco, anunciou nesta quarta-feira (17), uma alta de R$ 0,10 por
litro do óleo diesel. Com a alta, o litro do diesel passa a custar R$ 2,2470
nas distribuidoras a partir desta quinta-feira. O anúncio vem seis dias depois
da estatal voltar
atrás no último aumento, por determinação do presidente Jair Bolsonaro.
O novo preço, segundo o
executivo, representa uma variação mínima de 4,5% e máxima 5,1% nos pontos de
venda da companhia. A variação média ficou em 4,84%. Castello Branco reforçou que
o esse reajuste será aplicado nas refinarias, e que espera que ele não seja
repassado na integralidade ao consumidor final.
“Espera-se que na bomba o
valor de repasse para o consumidor seja menor”, disse.
O valor anunciado nesta
quarta ficou R$ 0,0192 abaixo do
que havia sido determinado na ocasião, e do qual a estatal desistiu.
Castello Branco afirmou que
a política de preços da Petrobras continuará seguindo o mercado internacional:
“Nós continuamos a observar rigorosamente a manutenção de preços alinhados com
a paridade internacional. Nossa política é essa e vai continuar assim”.
Sobre a periodicidade dos
ajustes, ele disse que eles serão flexibilizados "para quando achar
importante ter”. “Temos um intervalo de 24 dias do último reajuste. Não faremos
reajustes diários, sou contra essa política”, afirmou. A última alta havia sido
determinada em 22 de março.
O executivo afirmou que a
Petrobras segue livre para determinar os preços dos combustíveis: "a
palavra final é minha”, disse.
Segundo Castello Branco, a
empresa não teve perdas com o adiamento do ajuste do preço do diesel – na quinta-feira
passada (11), a companhia voltou
atrás de um aumento no combustível após uma determinação do presidente Jair
Bolsonaro. Para justificar a manutenção do preço, a estatal afirmou na
ocasião que havia margem para postergar o aumento do diesel por "alguns
dias".
Em nota divulgada ao
mercado, a Petrobras lembrou que o preço estabelecido pela estatal representa,
em média, 54% do preço do diesel nos postos de serviço. Segundo a empresa, o
preço médio do diesel ao consumidor no Brasil é 13% menor do que a média
global.
"O reajuste levou em
consideração os mecanismos de proteção, através dos derivativos financeiros, e
as variações de demais parcelas que compõem o Preço Paridade Internacional
(PPI) com destaque para redução recente do frete marítimo. A Petrobras reafirma
a rigorosa observância do alinhamento de seus preços com a paridade
internacional", diz a nota.
Interferência
Castello Branco afirmou que
o presidente não ordenou o cancelamento do reajuste na última semana. Segundo
ele, Bolsonaro o telefonou para alertar sobre os riscos que representavam uma
possível nova greve dos caminhoneiros. "Ele (Bolsonaro) percebeu um
movimento e me telefonou para falar sobre a preocupação dele. Então nós
resolvemos sustar o aumento temporariamente", disse.
“Bolsonaro não pediu nada,
apenas alertou sobre os riscos que representava uma possível greve dos
caminhoneiros. Achei legítimo o que ele falou e tomei a decisão de suspender
para uma reavaliação", disse o executivo.
"Lembramos que há pouco
tempo tivemos a greve dos caminhoneiros que teve um custo alto para Petrobras e
para a economia. Faz parte da minha responsabilidade, olhar não apenas para o
retorno, mas também para os riscos, por isso fui favorável a suspender o
reajuste".
Concorrência
no mercado
Castello Branco defendeu a
abertura do mercado de combustíveis do país: “O monopólio é incompatível com a
sociedade livre. Não é bom para economia e nem para o monopolista. Queremos
competição, quero a Petrobras mais forte e pronta para competir”, afirmou.
Mais cedo, o diretor
financeiro da BR Distribuidora, controlada pela Petrobras, afirmou que a
petroleira muito provavelmente reduzirá sua fatia na empresa de combustíveis
para menos de 50%. Sobre o assunto, Castello Branco indicou que se trata de uma
medida positiva. Segundo ele, "a venda mostrará que teremos mais mercado
em competição. E não sofrerá interferências externas nas decisões. Confio muito
no Bolsonaro e não sofri interferências".
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