sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Governo pagou R$ 361 mil por posts sobre 'cuidado precoce' contra covid

No final do ano passado, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) pagou R$ 361 mil para divulgar no Instagram o chamado "cuidado precoce" contra a covid-19. A contratação foi registrada em documentos entregues à CPI da Covid, no último dia 30, pela Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social). A reportagem é de Rafael Neves.

Segundo uma planilha enviada pela secretaria, o dinheiro serviu para contratar 28 publicações nas contas de quatro influenciadores. Cada um deles deveria, de acordo com o documento, fazer uma postagem fixa —que permanece no perfil do usuário— e seis stories —conteúdos que desaparecem em 24 horas.

Dos R$ 361 mil gastos na campanha, R$ 23 mil (6,37% do total) foram usados para pagar cachês aos quatro influenciadores contratados: Flávia Viana (R$ 11,5 mil), João Zoli (R$ 6.000), Jessika Taynara (R$ 3.000) e Pam Puertas (R$ 2.500). Todo o restante, conforme a planilha, foi destinado à empresa FKD Comunicação, responsável pela campanha. Até o final de julho, segundo dados da Secom, R$ 352,6 mil já haviam sido desembolsados.

A FKD foi contratada pela agência Calia, uma das três empresas que fazem a publicidade do Planalto e subcontratam terceiros, conforme a demanda. A Calia gerenciou todos os contratos da "campanha cuidado precoce", iniciada em outubro do ano passado e que custou R$ 19,34 milhões, segundo informou a Secom à CPI.

Em nota enviada ao UOL, a FKD afirmou que o valor recebido pelas publicações no Instagram "refere-se ao conjunto de ações desenvolvidas pela empresa, que incluem: pesquisa, análise, planejamento de campanha, produção e pagamento de impostos".

A Calia, por sua vez, disse à reportagem que o valor cobre uma "grande amplitude de serviços".

Nenhum comentário: