A greve nacional de caminhoneiros em apoio às pautas antidemocráticas do presidente Jair Bolsonaro não se confirmou. O que se verificou desde a madrugada de ontem foram apenas obstruções de estradas em 15 estados, feitas principalmente por motoristas de caminhão do agronegócio e outras empresas.
Segundo o colunista Chico Alves, o plano de Bolsonaro era mostrar a todos que tem liderança sobre a categoria, que, como se viu em 2018, é capaz de parar a circulação de mercadorias no país.
Mas os poucos caminhoneiros autônomos que cruzaram os braços desde a madrugada de ontem foram obrigados a isso por barricadas montadas pelos prepostos de empresários ligados ao governo.
Alguém menos maluco no governo se deu conta de que esse clima de histeria seria péssimo para a economia que já anda desequilibrada e pior ainda para a popularidade de Bolsonaro. Por isso, num cavalo de pau, Bolsonaro foi de incendiário a bombeiro e enviou na noite de ontem um áudio para ser distribuído nos grupos de caminhoneiros, pedindo que a tal paralisação fosse interrompida.
O apelo do presidente surpreendeu os motoristas, que, a princípio, duvidaram de sua autenticidade. A partir daí, o feitiço virou contra o feiticeiro. O que se seguiu nos grupos de WhatsApp e Instagram foi uma chuva de críticas pesadas dos motoristas ao ocupante do Palácio do Planalto. Os termos usados vão desde "decepção" até palavrões dos mais cabeludos.
Nesse dia 9 de setembro, portanto, o presidente está infinitamente menor do que aquele que parecia tão poderoso nos discursos inflamados de 7 de setembro.
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