quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Inserções de propaganda de Bolsonaro em emissoras de rádio não passa de mais uma teoria da conspiração e uma cortina de fumaça para esconder Roberto Jeferson.

 

Como não colou a suposta “FRAUDE NAS URNAS ELETRÔNICAS” e na tentativa de criar uma cortina de fumaça sobre o bandido que deu 50 tiros de fuzil e jogou três granadas na Polícia Federal, agora a culpa da derrota do “bolsonarismo” são as emissoras de rádio espalhadas pelo Brasil.


*Por Wilton Lima.

Sim, as emissoras de rádio, pois o TSE não distribui mídia às rádios – essa atribuição é dos partidos políticos e um profissional de cada emissora que também é responsável em mapear os comerciais normais, é que mapeiam as propagandas dos candidatos de acordo com a quantidade pré estabelecida pelo TSE e pelos Tribunais Regionais.

Oito pontos destacados por especialistas que demonstram mais essa teoria da conspiração de Bolsonaro e sua trup:

1)  1 - A acusação presume que há uma grande conspiração de centenas de donos de rádio se reunindo contra Bolsonaro. O que é grotesco porque demandaria um segredo bem guardado envolvendo dezenas de milhares de pessoas, típico das grandes teorias da conspiração.

2)  2 - Programas de candidatos deixarem de ser exibidos em rádios é, infelizmente, muito comum e não apenas nesta eleição. Muitos proprietários de rádios sabem que a fiscalização é difícil por depender das próprias candidaturas e simplesmente ignoram o material das campanhas.

3)  3 - Aliás, é importante frisar: é responsabilidade das campanhas entregarem o material a ser divulgado e, depois, realizarem o monitoramento para verificar se as rádios estão ou não veiculando suas inserções. Ou seja, são os candidatos que precisam ficar atentos, não o TSE.

4)  4 - A Justiça Eleitoral, diante de provas entregues pelos advogados das campanhas, tem determinado que a rádio infratora veicule o que deixou de passar em outros dias.

5)  5 - A responsabilidade pela não-exibição é das rádios e seus gestores e proprietários, a menos que as campanhas provem que houve o tal complô citado no item 1.

6)  6 - Mas as campanhas prejudicadas não podem fazer "armazenamento tático". Ou seja, não podem perceber que há uma falha na exibição, esperar semanas e a poucos dias da eleição pedir para passar centenas de inserções a mais. Entende-se, pela jurisprudência, que são 48 horas para reclamar.

7)  7 - É uma falácia fazer o levantamento de algumas rádios específicas e dizer que, no Brasil inteiro, foi assim. Pelo que advogados que atuaram em campanhas presidenciais e estaduais informam à coluna, esse é um problema que acontece com todos os candidatos.

8)  8 - Nem um problema grave e palpável de abuso econômico, como a tentativa de compra de votos e assédio eleitoral por mais de mil empresários bolsonaristas, segundo denúncias coletadas pelo Ministério Público do Trabalho, levaria ao adiamento do segundo turno, quanto mais a não-exibição em rádios por responsabilidade das rádios.

 * Wilton Lima é radialista há mais de 30 anos e já foi diretor de emissoras como TV Difusora e Rádio Clube Fm de Açailândia.

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