A motivação para publicação de uma nota pública que tomou conta das redes sociais, de que o grupo liderado por Aluísio lançará candidato à sua SUCESSÃO pode ter sido uma FAKE NEWS, em que dava como “favas contadas” que se o ex-prefeito Ildemar vier para o jogo, o grupo do atual prefeito não lançaria candidato, deixando o campo aberto para o ex-aliado político.
* por Wilton Lima
Na tarde de ontem, dia 30, o prefeito Aluísio lançou nas redes sociais uma nota em que agradece o convite do Governador Carlos Brandão por lhe dar a oportunidade de poder agregar ao seu grupo político os partidos Movimento Democrático Brasileiro - MDB e Partido Socialista Brasileiro – PSB.
Aluísio deixou o Republicanos após uma suposta rasteira dada pelo deputado federal Aluísio Mendes (presidente regional do partido) e o presidente da câmara de Açailândia Feliberg Melo – o movimento de “trairagem” foi negado por ambas as partes, e, que tudo foi decidido de comum acordo.
Após a saída do Republicanos, o prefeito Aluísio Sousa se manteve em silencio sobre o seu destino partidário, como também manteve em segredo às sete chaves tudo que fosse relacionado à sua sucessão – muitas especulações surgiram e vários possíveis escolhidos passaram a se articularem.
Na tarde de ontem, dia 30, o prefeito Aluísio resolveu romper o silêncio com relação à sua sucessão, mas ainda deixou em aberto em qual partido se filiará ou de qual partido oferecido a ele pelo governador Carlos Brandão (PSB/MDB) sairá o cabeça de chave rumo a disputa pela sua sucessão.
Trairagem
Pela aliança com o governador do Estado Carlos Brandão que é presidente regional do PSB, essa seria a sigla escolhida pelo prefeito Aluísio para dar sequência à sua carreira política – a surpresa foi o MDB que é comandado pelo ex-prefeito Deusdete Sampaio nessa composição partidária – o “MAGO VÉI” foi pego de surpresa.
O MDB de Açailândia é hoje um dos partidos mais bem organizados de Açailândia e recentemente deu posse ao seu Diretório Municipal com anuência do ex-presidente José Sarney e da ex-governadora; agora deputada, Roseana Sarney – fica clara a trairagem do governador Brandão que tem o irmão no comando do MDB.
Agora é saber se houve “trairagem” de Aluísio ou se haverá um “diálogo” entre as partes – quem conhece o atual prefeito sabe da sua experiência política e ele [Aluísio] sabe de cor e salteado que Deusdete ainda representa um grande número do eleitorado de Açailândia.
O que se sabe mesmo é que para Brandão entregar de bandeja o MDB para Aluísio terá que destituir todo o Diretório Municipal, pois não se trata de uma Comissão Provisória que os partidos mudam sem precisar mudar de camisa – o presidente regional do partido terá que junto ao TRE/MA mostrar uma justificativa plausível para tal destituição, mas isso é só mais uma regra para “Inglês ver” – a realidade é que as decisões sempre vêm de cima para baixo.
Mas caso não haja diálogo alguém sairá ferido desse perrengue e pode afetar, inclusive, o resultado final da eleição de outubro na cidade de Açailândia.
Vamos
entender o que é trairagem na política
De acordo com dicionários da língua portuguesa trairagem tem significados diversos, incluindo traição, safadeza, quebra de acordo ou contrato, sacanagem, falsidade, pessoa traiçoeira, mau caráter e outros derivados desta relação.
Existe até mesmo a música trairagem da dupla sertaneja Teodoro e Sampaio, que bem poderia ser hino oficial de nossas eleições, bastando apenas adapta-la para o contexto político-eleitoral.
A origem da trairagem política e eleitoral decorre do fato de que os partidos políticos no Brasil, mesmo os que se julgam com um grande capital ideológico e ético, são muito mais instâncias burocráticas para registro de candidaturas e uso do fundo partidário do que propriamente uma entidade com credibilidade pública, programa, doutrina/ideologia e coerência.
Costuma-se dizer que todos os partidos, inclusive os chamados nanicos, tem seus donos em todos os níveis: municipal, estadual e nacional e seus caciques usam e abusam dos partidos e do poder que decorre de sua organização muito mais para negociarem e defenderem seus interesses ou dos grupos que dividem tais organizações, inclusive econômicos e financeiros, tempo de TV e de propaganda eleitoral obrigatória e, claro, decidir quem deve, pode ou não ser candidato e também participar do leilão dos cargos administrativos.
A falta de coerência e de fidelidade são as normas básicas, razão do povo já andar cansado do troca-troca partidário, de candidatos e alianças incoerentes.
Quando a luta interna ou a busca por espaço se agrava, um cacique ou candidato a tal, juntamente com seus seguidores não titubeiam em deixar o partido pelo qual foram eleitos ou estão filiados há anos ou décadas e organizam um novo partido ou mudam de sigla – com os partidos não é nada diferente, também infiéis mudam os seus dirigentes municipais de acordo com a conveniência.
É a famosa trairagem política e eleitoral, que decorre e acontece neste quadro de fragilidade dos partidos e a supervalorização de seus dirigentes, caciques e donos em detrimento da organização partidária.
Quem não se afina com a cartilha da cúpula partidária acaba sendo excluído, mesmo quando se trata de políticos com certo nível de poder e influência.
Neste contexto a trairagem política é apenas um complemento a mais da demagogia, da corrupção, da mentira, do oportunismo, incluindo também a falta de um projeto de desenvolvimento para o país, os estados e os municípios e em seu lugar surgem os diferentes projetos de poder. O importante é a conquista ou manutenção do poder, para usá-lo a seu bel prazer e para aparelharem do Estado e continuarem usufruindo de suas benesses.
Simples assim!!!
* Wilton Lima é jornalista, radialista, blogueiro, podcaster, com formação em Administração Pública, especialista em Gestão Pública e pós-graduado em Assessoria de Comunicação.
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