O primeiro turno das eleições deixou um recado. A direita não tem dono. A liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou exposta com a traição de aliados, as críticas impiedosas do pastor Silas Malafaia e o fortalecimento do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a sucessão em 2026.
Deputados bolsonaristas como Nikolas Ferreira (PL-MG), Marco Feliciano (PL-SP) e Ricardo Salles (Novo-SP) declararam apoio a Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, a despeito da decisão de Bolsonaro de fechar com o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Marçal teve 1,7 milhão de votos --a título de comparação, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se reelegeu com 700 mil em 2022. Como disse um bolsonarista: "Nos chamam de gado? Pois o gado pulou a cerca". Ao chamar Bolsonaro de covarde e elogiar Tarcísio, Malafaia quebrou um dos grandes tabus da direita radical brasileira, que é considerar Bolsonaro fora do jogo de 2026. O ex-presidente não admite estar fora da campanha presidencial e quer ver uma anistia passar no Congresso para recuperar o direito de disputar a eleição.
Mas agora o pastor --um dos maiores apoiadores de Bolsonaro-- inaugurou publicamente esse debate dentro do próprio campo. Impulsiona, assim, a melhor estratégia para Tarcísio, que é ser aclamado candidato sem precisar anunciar a pretensão de disputar.
Depois de domingo (6), a conversa entre as figuras de destaque da direita, Nikolas inclusive, é: JB achava que era dono da direita? Não é. O silêncio retumbante de Bolsonaro em resposta demonstra sua fragilidade. No auge de sua popularidade, o ex-presidente reagia com ofensas e insultos por muito menos. |
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