terça-feira, 26 de novembro de 2024

No Uruguai, alternância de poder. Aqui, 'é guerra civil'

 

Não se ouviu falar em Álvaro Delgado (foto) tentando melar o pleito que não o elegeu
Não se ouviu falar em Álvaro Delgado (foto) tentando melar o pleito que não o elegeu
Reprodução/Instagram
 
  
Rodrigo Barradas

Chega a ser comovente, nos dias de hoje, a civilidade com que a direita uruguaia aceitou, dentro da regra democrática, a derrota para esquerda no domingo. Reinaldo Azevedo comenta o tema e a falta que nos fazem conservadores com o mesmo tipo de atitude (em vídeo).

Por aqui, no dia em que repercutiram novos áudios dando conta do desprezo pela democracia exibido pelos golpistas que queriam manter Bolsonaro no poder, o ex-presidente se utilizou de uma leitura particular de matéria do New York Times sobre o definhamento da Lava Jato para tentar desmoralizar o STF. Josias de Souza não compra a ideia. "Ele é um dos responsáveis pela desmoralização da Lava Jato, que começou a ruir no instante em que Moro aceitou um convite do Bolsonaro para ser ministro da Justiça do governo dele. Ali, foi só ladeira abaixo", diz o colunista ao UOL News.

Dora Kramer se dedica a desmontar outra tese que tenta justificar o perdão à tentativa de golpe: a de que os perpetradores eram apenas malucos. "Não há como a sociedade condescender nem aceitar a versão de que a culpa é da loucura alheia. Não cola. Se doidos há, por trás deles estão os dirigentes do hospício, delinquentes muito conscientes de sua orientação à guerra", escreve a colunista da Folha.

Para quem se espanta com como essas justificativas estapafúrdias para atenuar a truculência golpista conseguem sobreviver, recomendo a leitura da coluna de hoje de Juliano Spyer, que analisa pelo ângulo da religião a dinâmica da (des)informação. O título: "Igrejas são algoritmos e filtram notícias sobre a trama golpista".

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