sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Contas públicas fecham 2024 dentro da meta fiscal, com déficit de R$ 43 bilhões

 

Gabriela Biló - 16.jan.25/Folhapress


Carolina Juliano

Os esforços da equipe econômica em cortar gastos no final do ano passado deram resultado e o governo fechou as contas de 2024 dentro da meta fiscal traçada pelo ministro Fernando Haddad. O resultado é menor que o rombo de R$ 228,5 bilhões observado em 2023. O objetivo do governo era ter déficit zero, mas o saldo efetivo poderia ser negativo em até R$ 28,8 bilhões graças à margem de tolerância introduzida pelo novo arcabouço fiscal, e as contas acabaram fechando em R$ 43 bilhões. Gastos extraordinários para lidar com os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul e das queimadas nas regiões Norte e Centro-Oeste foram excluídos do cálculo da meta por decisões legislativas e judiciais. Descontadas essas despesas, o resultado ficou negativo em R$ 11 bilhões. Entenda.

Lula diz que não pretende adotar novas medidas fiscais. O presidente falou ontem a jornalistas, no Palácio do Planalto, na primeira entrevista após mudar o comando da Secretaria de Comunicação. Lula disse que não prevê novas medidas fiscais no seu governo neste momento. "Se depender de mim, não tem outra medida fiscal. Vamos pensar no desenvolvimento saudável do país", disse ele, ponderando que, se surgir a necessidade de novos ajustes, vai avaliar. E defendeu que a política fiscal foque a arrecadação e não o corte de direitos das camadas mais pobres. Sobre a ameaça de Donald Trump de aumentar as taxas sobre produtos brasileiros, o presidente disse que, se isso ocorrer, '"vai ter reciprocidade do Brasil em taxar os produtos que são exportados para os Estados Unidos". Trump confirmou na noite de ontem tarifas de 25% para os produtos do México e do Canadá, que começam a vigorar já neste sábado, e mencionou que também deve taxar a China. Veja o que mais Lula falou.

Dólar tem nona queda seguida com decisão sobre juros no Brasil e nos EUA. A moeda americana fechou ontem cotada a R$ 5,853, uma queda de 0,25%. O mercado repercutiu as decisões do aumento dos juros do Brasil e da manutenção das taxas nos Estados Unidos, decididas no dia anterior. A Bolsa disparou 2,82%, embalada pelo otimismo dos investidores e pela forte alta de 5% da Vale. A previsão de analistas é de que os juros brasileiros subam mais até o fim deste ano por conta da inflação crescente, e que ultrapassem os 15%.

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