sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Bolsonaro abandona os parça de novo?

 

Arte: Marcelo Chello



Josette Goulart - TixaNews

Advogado do nosso ex deixa claro: não há dúvidas de que existiram fatos graves. Mas Bolsonaro não participou. Ou seja, alguém é culpado.

Siga la pelota.

Fino como sempre, Bolsonaro, nosso ex, disse hoje: "caguei para a prisão". Ninguém entendeu se é porque ele vai para o hospital ou para alguma embaixada. Ai, Tixa, que piadinha infame e maldosa. (Verdade, darling, o Coronel Siqueira fala com mais elegância sobre o assunto.)

Mas o fato é que a semana está quase acabando (sério que não acabou ainda?) e o assunto do dia segue sendo a denúncia do Bolsonaro.

Segunda: quando vai sair a denúncia?

Terça: sai a denúncia.

Quarta: Xandão abre sigilo da delação do Mauro Cid.

Quinta: Xandão libera o vídeo da delação do Mauro Cid.

Aff, quase desmaiei. Mas foi de calor mesmo. Ainda bem que não existe mudança climática, né? Se não, estaríamos mortos. (Tixa está toda cheia de graça hoje.)

Mas eis que hoje, o advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, criminalista famoso por ter salvo muitas empreiteiras das garras da Lava Jato, foi à GloboNews dizer que está convicto de que Bolsonaro não participou do golpe.

Não há dúvidas de que existiram fatos graves que foram narrados na denúncia. Não estou minimizando os fatos que foram postos na peça, estou apenas afirmando, estou convicto disso, de que o presidente não participou efetivamente de uma questão relativa a um golpe de Estado. Não participou, não assinou.

Celso Vilardi

Advogado de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro

Nas palavras do advogado fica claro: Bolsonaro só quer se livrar das acusações e cada um que lute. Nada de novo, né, darling? Bolsonaro é de longa data conhecido por abandonar os parças. No ano passado mesmo, a defesa anterior de nosso ex também já dizia que eram os outros que queriam dar o golpe para ficarem no poder, mas ele, Bolsonaro, não.

Abrindo parênteses. Em um dos trechos da delação de Mauro Cid, tem a história dos oficiais militares que se reuniram e resolveram escrever uma cartinha ao comandante do Exército, para tentar forçá-lo a aderir ao golpe. No dia seguinte que a cartinha vazou, o comandante do Comando Militar Sul avisou:

"Srs, bom dia. Alertem aos seus subordinados que adesão a esse tipo de iniciativa é inconcebível. Eventuais adesões de militares da ativa serão tratadas, no âmbito do CMS, na forma da lei, sem contemporizações."

Um dos milicos que assinava a cartinha, Sérgio Cavaliere, escreve para Mauro Cid (o ex faz tudo de Bolsonaro e considerado pelo Ministério Público como o porta-voz do nosso ex):

"Espero que o PR não se esqueça dos que estão indo para o sacrifício."

Eis o que Mauro Cid responde:

"Cara, ele mesmo sabe o que é isso, né? Ele tomou vinte dias de cadeia quando era Capitão, porque escreveu carta à Veja. Foi pra Conselho de Justificação porque botaram na conta dele aquela, aquela operação pra, pra explodir Guandu, né. Se fodeu a vida toda. Então, ele sabe o que que é."

Claro, claro. Fechando parênteses.

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