Natural, orgânico e integral: se você pensa que essas palavras garantem que um alimento é saudável, cuidado. A crença pode estar prejudicando sua saúde. A indústria aproveita a boa fama desses termos e os coloca em destaque nos rótulos para vender mais. Mas a verdade é que nem tudo que é natural é realmente mais saudável. Os rótulos de açúcar são um exemplo disso, e vêm estampando essa tendência. Embora muita gente acredite que açúcar mascavo e demerara são mais saudáveis do que o açúcar branco refinado, na prática eles são bem parecidos. A diferença entre eles está na presença de uma pequena quantidade de melaço, que confere ao açúcar mascavo e demerara uma cor mais escura e um leve sabor caramelizado. Esse melaço também adiciona pequenas quantidades de minerais como cálcio, ferro e potássio. Pequeníssimas mesmo, por exemplo: uma colher de sopa de açúcar mascavo de açúcar mascavo contém 99 mg de potássio. Para atingir a recomendação diária de potássio (IDR: 4700 mg) seria necessário consumir cerca de 47 colheres de sopa de açúcar mascavo — quase um quilo! O mesmo racional vale para os demais micronutrientes nesses produtos. As vitaminas estão quase todas ausentes, mas uma que está presente é a B6. Porém, para atingir a dose recomendada dessa vitamina, seria preciso ingerir mais de 3 kg de açúcar. Para obter quantidades significativas dessas substâncias por meio do açúcar, seria necessário ingerir uma porção excessiva que impactaria negativamente a saúde, comprometendo os potenciais benefícios dessas vitaminas e minerais. - O único nutriente presente em quantidade significativa no açúcar é o carboidrato.
No fim das contas, açúcar mascavo, demerara e branco têm um efeito metabólico praticamente igual: todos elevam a glicose no sangue rapidamente e, em excesso, contribuem para problemas como obesidade, resistência à insulina, síndrome metabólica, além de cáries. O que muda é basicamente a cor — e o preço. |
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