sexta-feira, 27 de junho de 2025

Congresso barra alta do IOF de olho em 2026 e mela ajuste fiscal. E agora?

 

Lula e Hugo Motta (Republicanos-PB) após almoço com líderes do Congresso

Lula e Hugo Motta (Republicanos-PB) após almoço com líderes do Congresso

Ricardo Stuckert/Divulgação

Congresso barra alta do IOF de olho em 2026 e mela ajuste fiscal. E agora?

Roger Modkovski

Numa derrota rara para o governo federal, o Congresso derrubou na noite da quarta-feira os decretos que aumentavam o valor do IOF, considerado crucial para o ajuste fiscal de Lula 3. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e outros governistas criticaram a votação e falaram em quebra de acordo com o Planalto -que já vinha sendo sinalizada pelo parlamento.

A derrubada foi encarada como um lance ousado já visando a sucessão presidencial de 2026, no que seria uma tentativa de inviabilizar uma tentativa de reeleição de Lula. Segundo a colunista Letícia Casado, a jogada do Congresso já pauta alianças para o próximo pleito.

Veja como os deputados votaram no IOF

Agora, resta saber que caminho o presidente e sua equipe trilharão para tentar salvar as contas públicas e evitar que o governo fique inviável. Há divergências sobre o que deve ser feito.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que estuda a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão do Congresso, mas também fala em buscar novas fontes de receita e em fazer cortes "para todo mundo". Segundo a colunista Raquel Landim, a Advocacia-Geral da União disse que não há uma decisão tomada sobre recorrer ao STF.

Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, apurou que Lula não quer ceder ao Congresso e vê no episódio uma chance de fazer um debate sobre a tributação de ricos versus a de pobres. Lula também avalizaria o recurso ao Supremo.

Reinaldo Azevedo concorda: para o colunista, é a hora de Lula "partir para a luta política" -que será "das mais duras". Para Reinaldo, o petista deve ter percebido que há uma tentativa de decidir o resultado eleitoral "muito antes do pleito", contra a qual ele deve reagir.

 

Josias de Souza denuncia que o Congresso, com a decisão da noite de quarta e também a de criar mais 18 vagas de deputado federal, "apaixonou-se pela irresponsabilidade fiscal" e jogou a crise no colo de Lula -que, também segundo Josias, não desiste do gasto público.

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