O ministro do STF Luiz Fux foi o último a votar nesta madrugada na sessão do plenário virtual que julgou as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro por Alexandre de Moraes, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica. Ele foi o único a divergir dos demais e votar contra as medidas. Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin votaram a favor e o placar ficou em 4 a 1. As medidas foram tomadas a pedido da PGR, que apontou risco concreto que o ex-presidente fugisse ou continuasse a atrapalhar as investigações da movimentação de seu filho, Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos com a finalidade de influenciar o julgamento da trama golpista. Na decisão que impôs as medidas cautelares, Moraes citou três crimes: coação no curso do processo, obstrução de investigação e atentado à soberania. Entenda. Bolsonaro vai ao Congresso, dá entrevistas, e Moraes cobra explicações. Parlamentares apoiadores do ex-presidente interromperam o recesso legislativo para se reunir com ele na Câmara dos Deputados ontem. Mais de 50 deputados dos partidos Republicanos, PP, Novo, PSD, União Brasil e o próprio PL participaram do encontro, além dos senadores Damares Alves e Magno Malta. No final, Bolsonaro daria uma entrevista coletiva, mas desistiu por medo de ser preso pela veiculação nas redes sociais, pois ele está proibido de utiliza-las. Logo em seguida, Alexandre de Moraes reforçou as medidas impostas ao ex-presidente e proibiu a transmissão ou veiculação de áudios e vídeos de entrevistas nas redes sociais, afirmando que a divulgação pode configurar uma violação à decisão que o proibiu de usar as redes. O ministro deu 24 horas para a defesa de Bolsonaro explicar os vídeos da visita e ameaçou prendê-lo. Leia mais. STF abre investigação sobre movimentação de dólares no dia de tarifaço de Trump. O ministro Alexandre de Moraes determinou ontem a abertura de uma investigação sobre o suposto uso de informações privilegiadas por investidores no dia do anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sobretaxas de 50% a produtos brasileiros. A medida atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União, que ocorreu após uma reportagem da TV Globo noticiar um suposto movimento estranho de compra e venda de dólares. Na reportagem, o dono de um fundo de investimentos em Nova York aponta um volume de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões em compra de dólares horas antes do anúncio das taxas, num movimento considerado abrupto. Logo após houve um movimento contrário, de venda em grande quantidade da moeda que já tinha se valorizado. A investigação está atrelada ao inquérito que apura o suposto envolvimento do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro nas sanções aplicadas ao Brasil. Moraes bloqueia contas e salário de Eduardo Bolsonaro. O ministro do STF determinou na noite de ontem o bloqueio de contas bancárias e chave Pix do deputado licenciado com o objetivo de tentar dificultar suas ações nos EUA. Também foram alvo de bloqueios bens móveis, imóveis e o recebimento de seu salário como parlamentar, que voltou a ser pago ontem após vencer a licença que ele pediu para viajar. Investigadores da PF chegaram a analisar um pedido de prisão do parlamentar, mas concluíram que não seria efetivo, uma vez que os EUA não têm colaborado com o Brasil na extradição de acusados dos atos antidemocráticos. O entendimento dos investigadores foi que medidas patrimoniais seriam mais eficientes. Leia mais. Lula critica ofensiva antidemocrática e prega regulamentar redes. O presidente Lula afirmou ontem durante o encontro "Democracia Sempre", com líderes de outros países latinos, no Chile, que há uma "ofensiva antidemocrática internacional" e voltou a pregar a regulamentação das redes. Ele não citou Donald Trump ou qualquer outro líder, mas disse que "a situação do mundo se agravou" e que "o quadro que enfrentamos exige ações concretas e urgentes". Lula questionou o conceito de "liberdade de expressão" que a ultradireita costuma utilizar para defender suas ações, principalmente em redes sociais, e defendeu a regulamentação das plataformas digitais e o combate à desinformação. Além do presidente brasileiro, participaram do encontro o anfitrião Gabriel Boric e os presidentes Pedro Sánchez (Espanha), Gustavo Petro (Colômbia) e Yamandú Orsi (Uruguai), todos do campo progressista. Leia mais. |
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