O relatório final da investigação da Polícia Federal sobre a interferência de Jair Bolsonaro e do filho Eduardo no processo que apura a tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2023 afirma haver indícios de que os dois cometeram crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito. Eduardo passou a ser investigado por sua atuação nos Estados Unidos, onde está vivendo desde março articulando pedidos de sanção contra autoridades brasileiras e sua atuação motivou a abertura de um inquérito em maio, a pedido da Procuradoria-Geral da República. De acordo com as investigações, Bolsonaro enviou dinheiro a Eduardo para manter a sua atuação. A PF diz que o ex-presidente admitiu o envio de R$ 2 milhões ao filho, mas omitiu outros repasses. O relatório da PF também diz que Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares de não usar redes sociais e mostra que ele enviou vídeos pelo Whatsapp para listas de transmissão com deputados, senadores e aliados. Saiba mais. Eduardo xinga Jair Bolsonaro em mensagens. Mensagens reproduzidas no relatório final em que a Polícia Federal indiciou Jair e Eduardo Bolsonaro mostram o deputado federal xingando o pai devido a uma entrevista que o pai concedeu. No diálogo, Eduardo manifesta incômodo pelo fato de Bolsonaro tê-lo chamado de imaturo na entrevista, em 15 de julho, por causa de divergências do deputado com o governador Tarcísio de Freitas: "VTNC SEU INGRATO DO CARALHO'!, escreveu Eduardo em letras maiúsculas, usando a sigla que significa "vai tomar no c..." Após a divulgação das mensagens, o deputado criticou o vazamento do que chamou de conversas entre pai e filho. O relatório da PF traz diversos diálogos do ex-presidente. Leia a íntegra. PF diz que Bolsonaro preparou pedido de asilo político a Milei. Durante as investigações sobre a atuação de Jair e Eduardo Bolsonaro para atrapalhar a ação que apura a trama golpista, a Polícia Federal encontrou um documento em que Jair Bolsonaro pediria asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei. O arquivo encontrado no celular do ex-presidente era editável e sem data e estava escrito que Bolsonaro é "perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos" no Brasil. "Com base em tais diplomas legais, apresento este requerimento, solicitando a concessão de asilo político à minha pessoa, Jair Messias Bolsonaro", diz trecho do arquivo. O material teria sido salvo pela última vez em 10 de fevereiro de 2024. Dois dias antes, uma operação da PF determinou que Bolsonaro entregasse seu passaporte. Alexandre de Moraes deu 48 horas para a defesa de Bolsonaro explicar o documento e outros trechos da denúncia. Malafaia tem passaportes cancelados e é proibido de falar com Bolsonaro e Eduardo. O pastor Silas Malafaia foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal ontem, e teve o celular apreendido no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, ao desembarcar vindo de Lisboa. Por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, o pastor teve passaportes cancelados, não pode sair do país e nem manter contato com Jair e Eduardo, mesmo por intermédio de outras pessoas. Moraes também autorizou a quebra de sigilo de dados bancários, fiscais e telefônicos dos equipamentos apreendidos. Malafaia foi incluído no inquérito que investiga Bolsonaro e Eduardo, e a PF afirma ter identificado que o pastor atuou "na definição de estratégias de coação e difusão de narrativas inverídicas, bem como no direcionamento de ações coordenadas". Saiba mais. |
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