quinta-feira, 25 de setembro de 2025

'Adulto na sala', Senado enterra PEC da Blindagem três dias após protestos

 

Manifestante com bandeira do Brasil em ato na avenida Paulista neste domingo; ruas surpreenderam e mudaram a história da PEC da Blindagem, enterrada no Senado nesta quarta-feira

Manifestante com bandeira do Brasil em ato na avenida Paulista neste domingo; ruas surpreenderam e mudaram a história da PEC da Blindagem, enterrada no Senado nesta quarta-feira

Zanone Fraissat/Folhapress


Roger Modkovski

Três dias depois de grandes manifestações de rua pelo país, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, por unanimidade, considerou a chamada PEC da Blindagem inconstitucional, enterrando assim a proposta que permitia interromper processos e impedir prisões de parlamentares. O texto foi arquivado sem ir à análise no plenário.

Leonardo Sakamoto celebrou a decisão da CCJ, afirmando que o Senado agiu como "o adulto da sala" ao barrar o que foi por muitos chamado de "PEC da Bandidagem".

 

Para o analista Josias de Souza, a decisão do Senado mostrou que a Câmara "beijou a morte", ao tentar "blindar mandatos de bandidos", a troco de nada. Segundo Josias, os deputados menosprezaram o poder das ruas e agora terão que encarar, se não os veredictos do Supremo, que podem demorar, pelo menos os das urnas, marcados já para 2026.

A colunista Raquel Landim informa que a PEC foi derrubada, em parte, porque senadores bolsonaristas do quilate de Sérgio Moro (União Brasil-PR) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) abandonaram o centrão e retiraram seu apoio à proposta. A análise deles, segundo Raquel, é que foi um erro devolver a bandeira anticorrupção à esquerda em troca de uma mera promessa de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por tentativa frustrada de golpe de Estado.

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